tag:blogger.com,1999:blog-21204300359777065342024-03-13T13:06:59.428-07:00Delírios LiteráriosUm espaço criado para a publicação de textos em geral de três estudantes de jornalismo que pretendem divulgar suas idéias da forma mais irreverenteDelírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.comBlogger68125tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-9529699003962192011-08-22T05:09:00.000-07:002011-08-25T02:39:13.886-07:00O professorPor Maria Gabriela Brito
Ela soltou aquela risada jovial e delicada que mexia com a cabeça dele.
- Não acredito que isso acabou de acontecer!
E continuou rindo daquele jeitinho tão meigo. Ela realmente não acreditava que aquilo tinha acontecido. Era tão distante da realidade. Estava deitada nua no peito dele, coberta por um fino lençol até o quadril. Enquanto ria, ela escondia o rosto nele e repetia:
- Não acredito! Não acredito!
Ele também não acreditava. Há cinco meses começou a lecionar na turma dela. No começo não tinha dado atenção, ela era apenas mais uma aluna entre as outras quatro meninas da turma do 5º período de engenharia civil. Depois de algumas semanas na presença dela, ele simplesmente perdera o poder de concentração. Ela era tão inteligente, e linda. Era divertida e cheia de energia. Aqueles cálculos que ele ensinava havia 10 anos, antes tão fáceis, óbvios e naturais como falar, agora eram complicados e sem sentido.
Ele perdia o fio da meada quando ela torcia todo o corpo para trás para conversar com as amigas, e aqueles cabelos cheios e escuros o cegavam com tanto brilho. E quando ela soltava aquela risada discreta? Ele não conseguia continuar com a aula. Liberou a turma muitas vezes antes do horário por causa disso. Todo o profissionalismo dele havia ido por água abaixo por uma menina de 22 anos.
Os garotos da sala também tentavam conquistá-la, ele morria de ciúmes quando via algum deles tentando alguma coisa. Ela nunca deu o fora em nenhum. Era muito delicada para isso. Saía de fininho sem deixar ninguém chateado ou constrangido. Ela era perfeita, e ele estava louco por ela. Não entendia como a aluna ainda não havia percebido.
Mas ela percebeu. Depois que se deu conta das intenções dele, ela jogava ainda mais charme. Passava por ele e mexia nos cabelos antes de dizer oi. Aquilo o matava. O cheiro do cabelo dela impregnava nas narinas. Ele tinha vontade de jogar a pasta de couro marrom no chão e puxá-la para um beijo apetitoso.
E agora eles estavam ali. Juntos. Era difícil mesmo de acreditar. Ele perguntava-se como uma menina linda resolveu ficar com um professor 15 anos mais velho, que usava óculos, calça social caqui e sapatos marrons sem cadarço. Bom, agora não importava, porque ele estava sem aquelas camisas ridículas e ela sem os vestidinhos leves e coloridos que costumava usar.
A noite fora perfeita, melhor do que o esperado. Era domingo, o Fantástico já estava no fim e ela precisava voltar para casa. Beijou deliciosamente o professor em sinal de despedida. Enquanto era beijado, ficou pensando como a pele dela era macia e jovial. Teve vontade de afundar-se ali. Ela terminou o beijo, o encarou um pouco com os olhos brilhando e levantou da cama. Estava tão à vontade nua que o professor ficou impressionado.
Saiu pelo quarto procurando suas roupas. Ele ficou deitado com os braços para trás segurando a cabeça, observando-a. Ela encontrou uma calcinha de renda branca minúscula embaixo da cama e vestiu. O vestido decotado de estampa psicodélica estava em cima do abajur, deixando a luz do quarto fraca. Pegou a peça e o cômodo iluminou-se. Ele podia vê-la perfeitamente agora. A pele era clara, e ela tinha uma leve marca de biquíni nos seios. Nada vulgar. Passou o vestido frente-única pelo corpo e agora estava toda coberta.
Ele sentiu-se nu demais perto dela. A aluna sentou na beirada da cama e colocou as mãos delicadas com as unhas perfeitas, pintadas de rosa bebê, em seu peito. Ele segurou forte a mão dela. Carinhosa ela deu uma bitoquinha no nariz dele e foi aproximando-se de seu ouvido com aqueles lábios tão sensuais. Ele sentia a respiração quente dela em seu pescoço e todos os pêlos de seu corpo estavam arrepiados.
Ele estava ansioso quanto ao que ela tinha a dizer. Seria uma declaração de amor? Ela falaria como havia gostado da noite? Estava muito excitado com aquilo tudo e nervoso também. Como ele assumiria um relacionamento com uma aluna? Seus colegas poderiam julgá-lo.
Quando a menina chegou perto o suficiente de seu ouvido, seus cabelos pretos caíram no rosto dele. Ele pôde sentir aquele cheiro que o enfeitiçava e deu um suspiro tão profundo que ficou meio tonto. Ela respirou forte passando o nariz na nuca dele e cochichou de uma maneira muito sexy:
- Agora to liberada da avaliação final professor?
PS - Queridos, sei que o conto já esteve no blog antes, mas como eu tinha apagado, resolvi postar de novo, assim já dou uma atualizada no blog também. absDelírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-80537453539350757942011-06-26T09:19:00.000-07:002011-06-26T09:19:28.616-07:00Seus olhos e seus olharesPor Maria Gabriela Brito<br />
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Ele tinha os olhos mais tristes e incríveis que ela já havia visto em toda a sua vida. Ele andava carrancudo, com o corpo encurvado e pesado, como se carregasse o mundo todo nas costas. Mas era lindo, e aqueles olhos, tão comuns e ao mesmo tempo tão perfeitos. Eram olhos de um castanho escuro, opacos, sem vida. Intrigantes pelo menos para ela.<br />
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Todo dia ela o via passar pela rua onde esperava o ônibus de manhã para o trabalho. Apesar do andar pesado, ele caminhava tão livre em sua calça cargo verde-oliva, tênis gigante para seus pés e camiseta branca respingada de tinta azul. Ela se perguntava se a calça era a mesma, ou se ele tinha várias exatamente iguais e porque as camisetas da mesma cor estavam cada dia com mais respingos de tinta.<br />
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Depois que ela o via passar, sem nem mesmo olhar para os lados, a ignorando totalmente, ela ficava imaginando para onde ele ia e o que fazia com aquele andar de quem ia para a forca. Ela o imaginava indo a uma praça onde uma multidão o aguardava para assisti-lo sendo enforcado, ou andando por uma prancha de um navio, onde seria atirado aos tubarões. Mas definitivamente não podia ser nada daquilo, caso contrário ele não estaria lá no dia seguinte com aquela mesma expressão e aqueles olhos tão misteriosos que insistiam em não olhá-la.<br />
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Naquele dia quando ele passou, ela não deixou por menos e foi atrás. Quem ele pensava que era para nunca olhar para os lados? Ou melhor, para ela. Aquilo tinha que parar, era mistério demais para conviver. Enquanto o seguia chegou a pensar que nem mesmo ele sabia ao certo para onde ir.<br />
Foi então que ele parou parecendo meio intrigado. Olhou para os lados como se soubesse que estava sendo seguido, ela virou imediatamente de costas, e quando ele não viu ninguém, sentou-se em uma mesa na calçada de uma padaria pouco atrativa.<br />
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Deu mais uma boa olhada ao redor e retirou de um de seus bolsos um bolo de papel amarrado com barbante, depois, de outro bolso saíram lápis de cor e nanquim, e de um terceiro bolso, tinta e pincel. Agora ela entendia porque ele andava como se carregasse o mundo. Ele realmente o carregava!<br />
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Uma moça com expressão de tédio trouxe a ele um café com chantilly e um cinzeiro. Ela sabia exatamente o que ele precisava. “Então é ali que ele se esconde do mundo”, pensou ela. Sem saber o que fazer, e por já ter praticamente perdido a manhã de trabalho, quiçá até o trabalho, resolveu entrar na padaria e comer uns pães de queijo talvez.<br />
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Quando ela chegou ao estabelecimento, pronta para entrar e ignorá-lo, ele a viu e levou um susto tão grande que esbarrou em um potinho de tinta azul que caiu na calçada. Ela olhou para trás para encarar aqueles olhos tristes, mas os olhos não estavam tristes, estavam envergonhados, e quando ela olhou para os papéis reconheceu a si mesma.<br />
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Era ela pintada naqueles papéis embolados, sentada em um ponto de ônibus, destacada entre uma multidão, com o longo cabelo castanho claro caído nos ombros, e os olhos mais azuis do que ela imaginava que realmente eram. Completamente paralisada, voltou a encarar os olhos do rapaz, que agora não estavam mais envergonhados, tampouco tristes. Eles sorriam para ela de uma forma tão doce que foi impossível não sorrir de volta.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-56574352432765717132011-02-16T15:26:00.000-08:002011-02-16T15:28:29.217-08:00NostalgiaPor Maria Gabriela Brito<br /><br />Caminhei pela Boulevard Grenelle até virar Garibaldi que virou Pasteur. Comecei a pensar em varias coisas, em como tudo mudou do nada, sem avisos. Agora temos o Davi. Tenho um mundo novo para explorar, e de repente tudo pareceu distante e perto ao mesmo tempo. Lembrei deste blog há tempos esquecido. <br />Final de faculdade, uma criança vindo, problemas e alegrias, conquistas e expectativas. Este espaço ao qual nos dedicamos tanto no passado parecia pequeno perto de todo o resto, e agora, sem explicação, senti falta dele, e dos meus textos antigos que estavam ansiosos para serem postados.<br />Não sei quando verei esses devaneios de novo, estão do outro lado do oceano, e continuam ansiosos. Talvez peça para alguém me mandar, até lá eles terão que esperar, e enquanto isso, vou aproveitar os novos ares para tentar escrever novas estórias e histórias.<br /><br />Dedico este texto retorno à Mônica de Andrade do blog <a href="http://prasefalar.blogspot.com/">Coisas para se falar, se ver...</a> que apesar de termos sumido, continuou presente. Valeu Mônica!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-32113000044132465962010-08-23T13:43:00.001-07:002010-08-23T13:43:46.961-07:00A VigançaPor Maria Gabriela Brito<br />
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Ela voltou para casa chorando de tanta raiva. A mãe estava revoltada. “Como um menino pode grudar chiclete no cabelo da minha filha?”. Ela tentava acalmar a menina que não parava de chorar um minuto. A situação piorou quando ficou sabendo que ia ter que cortar os cabelos longos para sua idade.<br />
- Chanel não mãeeeeee! Não queroooooo, não querooooo! Eu não vouuu! – esgoelou a menina.<br />
- Mas você prefere ficar com chiclete grudado no cabelo?<br />
- Prefiro! <br />
A mãe acabou convencendo-a de que a melhor solução era cortar o cabelo. O corte caiu muito bem para o rostinho infantil, e combinava mais com seus apenas oito anos. Ela também gostou. Até que estava se divertindo com toda aquela história de ser vítima, mas não queria que ninguém soubesse.<br />
Na verdade ela tinha um plano. Aquele menino não ia ficar impune nunca! Pensou numa armação mirabolante para infernizar a vida dele e colocou em prática no outro dia. <br />
- Professora! O Igor cortou o meu cabelo!<br />
E desabava em lágrimas.<br />
A professora pegava Igor e o levava direto para a diretoria toda vez que ela inventava alguma coisa e colocava a culpa nele. Foi assim até eles completarem 14 anos. Foi então que Igor precisou mudar de escola. Os dois nunca mais se viram, ela ficou satisfeita porque finalmente havia se livrado dele e completado sua vingança.<br />
Anos se passaram. Ela entrou para a faculdade e a última coisa que passava pela sua cabeça era o Igor. O coitadinho sofreu na mão dela. E ela fez isso com todos os outros meninos, rapazes e homens que algum dia fizeram alguma coisa que ela não havia gostado. Ela ficou desse jeito por causa dele. Estava sempre na defensiva.<br />
Completou a faculdade, tinha um trabalho estável e nenhum namorado. Nada daquilo fazia diferença para ela. Alguns casinhos básicos de vez em quando, nada demais. Até que conheceu ele, lindo, alto, moreno, sorriso encantador. Ele a fez esquecer toda a raiva que tinha acumulada do sexo oposto desde seus oito anos. Era maduro, tinha um bom emprego, era perfeito.<br />
Tudo que ela não havia procurado a vida inteira. Ela pensava de onde ele havia saído. Mas ele sabia muito bem quem era ela. Aos 14 anos foi expulso da escola, nenhuma outra particular quis aceitá-lo. Começou em uma estadual, mas não foi muito bem vindo. Não fez nenhum amigo. Ele teve que mudar de cidade, começou uma nova vida, e depois decidiu voltar.<br />
Agora eles estavam juntos, e ela encantada por ele. Era sua chance de vingança. Almoçavam juntos quase todos os dias, e ela ficava maravilhada com a conversa dele. Era bom demais para ser verdade. Neste dia em especial, em meio aos assuntos animados, ele pediu licença para ir ao banheiro. Ao sair deu-lhe um beijo carinhoso e acariciou o longo e liso cabelo dela. <br />
Não voltou mais. Ela começou a estranhar a demora. Levantou-se e foi ao banheiro também. Quando se olhou no espelho reparou em algo grudento e colorido espalhado pelo cabelo. Era chiclete. Foi ai que ela se lembrou dele. “Maldito!”, pensou. Saiu dali direto para o cabeleireiro, onde fez um chanel igual aquele de quando tinha oito anos. Prometeu que encontraria ele e pediria revanche. Ele por outro lado foi embora, achando que finalmente tinha se vingado.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-52926429922315466482010-08-17T07:53:00.000-07:002010-08-17T08:04:50.247-07:00Quem gosta?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://chargesdobenett.zip.net/images/benett-horarioEleitoral.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" ox="true" src="http://chargesdobenett.zip.net/images/benett-horarioEleitoral.jpg" width="173" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Por Sarah Menezes<br />
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Começou a corrida eleitoral! São centenas de candidatos em busca de votos, e para isso utilizam todas as artimanhas e ferramentas possíveis e impossíveis, bombardeando os eleitores com propagandas e promessas na maior parte das vezes ilusórias. E o pior, é sempre o mesmo discurso, o que deixa a população cansada e desestimulada a acompanhar as propagandas eleitorais nas rádios e tv's. Quem se prontifica a ouvir todos os dias a mesma ladainha?</div>Vez por outra, durante todo o período eleitoral, os programas ganham uma informação ou quadro novo, para não dizer que estão fazendo os eleitores de bobo, assistindo durante quase 40 dias a mesma conversa fiada. Quem gosta?<br />
Os santinhos são sempre iguais, nada inovador aparece no visual, muito menos no conteúdo. Utilizam outdoors, faixas e cavaletes, causando total poluição visual pelas ruas das cidades. E aí entra outra questão revoltante. Se qualquer cidadão quiser utilizar espaço público para divulgar o seu negócio ele é impedido e multado, agora para políticos quer querem somente se eleger, e depois nem se preocupam com seus deveres perante a população o espaço é liberado, com respaldo de lei federal. Quanta injustiça! Já começa daí a desigualdade e hipocrisia que toma conta do nosso país.<br />
Até há algum tempo atrás não tinha parado para refletir sobre essas questões eleitorais, só me sentia enfadada dessas propagandas e me dava (e ainda dá) arrepios de repugnânicia só de pensar nos massantes horários eleitorias. Mas em uma mesa de bar sempre surge algo construtivo, promissor ou no mínimo reflexivo. Pessoas desconhecidas há até 30 minutos atrás viram verdadeiros amigos de infância, as piadas tem seu momento especial na mesa, e assuntos polêmicos vem a tona, e política é quase semrpe um deles.<br />
Papo vai, papo vem, quando estávamos no calor da conversa sobre em quem votar surge a questão do voto facultativo. Taí! Talvez seja a solução para deixarmos de eleger esses políticos com alto poder e técnica persuasiva, onde os atingidos são principalmente os menos politizados (a maioria da população), que por fim acabam elegendo os políticos bom de papo e ruim de fato.<br />
Seria o caso de se pensar nessa inovação, uma reformulação das leis eleitorais. O voto estaria nas mãos de quem entende e quer participar da política brasileira, quem não se interessa não precisaria votar nulo, em branco, ou no candidato que está vencendo, só por votar, sem consciência, por obrigação. E para a maioria da popolação não ficar alienada, deveria existir um investimento na educação política da população, politizando a massa, fazendo assim com que ela tenha consciência no ato de votar.<br />
Mas enquanto tudo isso não acontece, vou ligar a televisão na hora do meu descanso e apreciar o espetáculo gratuito eleitoral, que funciona como musiquinha de ninar para meus ouvidos!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-5463667186846435542010-07-30T10:02:00.001-07:002010-07-30T10:02:46.768-07:00Todo mundo deve satisfação a alguémPor Maria Gabriela Brito<br />
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Olhou seu reflexo no espelho admirado. Deu uma ajeitada na gravata e escovou os cabelos com gel perfeitamente alinhados. Saiu do banheiro e pegou sua maleta na cama de casal onde sua mulher ainda dormia. A suíte chiquérrima ficava no segundo andar da mansão localizada no Jardim Europa, bairro com o metro quadrado mais caro de São Paulo.<br />
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Desceu as escadas, virou à direita, atravessou a lareira, a sala de jantar até a cozinha. Abriu a geladeira de aço inox e pegou um Ades de maçã, colocou em um copo de cristal, bebeu uns goles e deixou o resto na pia impecavelmente limpa pela empregada. Voltou pelo mesmo caminho e seguiu até a sala de estar chegando ao hall de entrada.<br />
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Abriu a gigante porta de madeira entalhada e saiu para a garagem. Entrou no fusion preto, que era o carro para ir ao trabalho, que estava bem ao lado do porshe também preto, e o PT Cruiser verde-musgo da esposa. Entrou no carro, ligou o ar condicionado e o som programado para sua rádio favorita de música orquestrada.<br />
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Seguiu para mais um dia de trabalho. Chegou em um prédio de 32 andares espelhado de azul. Guardou o carro no estacionamento, subiu por um elevador elegante até o 31º andar onde ficava seu escritório. Ali funcionava uma multinacional da qual ele era presidente. <br />
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Entrou, deu bom dia a sua secretária e foi para sua sala toda de vidro com uma visão panorâmica da cidade. Recebeu telefones o dia todo. Deu muitas ordens à secretária, ao diretor executivo, ao advogado e ao vice- presidente, um velho amigo. Passou o dia mandando.<br />
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Mandou a faxineira varrer melhor, mandou a estagiária trazer mais café. Mandou a secretária fazer inúmeros telefonemas. Mandou, mandou e mandou. Era o que ele fazia de melhor. Quando criança mandava na mãe, no pai, e na irmã mais velha. Ele não se via em outra posição senão a de chefe, onde ele só mandava e nunca era mandado.<br />
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Passou aquele dia como qualquer outro, mandando em tudo e em todos. Depois de encerrado o período de trabalho ele continuou por lá. Sempre era o último a sair. Fazia o possível para chegar em casa tarde. Já eram perto das 21h quando o celular começou a tocar. <br />
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Ele fez questão de não atender, mas sabia que precisava voltar. Recolheu seus papéis, guardou na pasta de couro e foi embora. Chegou em casa, deu um suspiro antes de abrir a porta e entrou. <br />
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-Onde você estava? – perguntou a mulher nervosa.<br />
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-Trabalhando. – respondeu seco.<br />
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-Pode começar a chegar mais cedo! Você vai chegar mais cedo! - Berrou ela descontrolada.<br />
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-Ok. Você que manda. – Respondeu carrancudo, subiu as escadas e foi dormir. Amanhã tinha muita gente para ele descontar.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-67325228280447813662010-07-16T08:14:00.000-07:002010-07-16T08:20:55.531-07:00Imprensa irritante<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_Gg4SQLvkYn8/SkaMkCLwWaI/AAAAAAAAAAs/y3ci6ZIqGW4/s320/irritante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" hw="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_Gg4SQLvkYn8/SkaMkCLwWaI/AAAAAAAAAAs/y3ci6ZIqGW4/s200/irritante.jpg" width="200" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Por Sarah Menezes<br />
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Há mais de um mês não se vê assunto em maior evidência do que a morte de Eliza Samudio, ex-amante de Bruno Fernandes das Dores de Souza, ex-goleiro do Flamengo. Ok, tenho de concordar que foi um crime bárbaro, se os depoimentos colhidos forem totalmente verídicos. Mas existem milhares de crimes absurdamente maldosos acontecendo por aí, todos os dias, e nem por isso eles viram manchetes de jornais durante semanas.<br />
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Eu sei que o caso do Bruno se torna mais interessante pelo fato do criminoso ser uma pessoa pública. Mas isso não justifica a imprensa dar tanta relevância isso. Focar em um crime enquanto, no mês passado, dezenas de pessoas morreram, ficaram sem casa e família por causa de um desastre da natureza, deixar de lado as eleições que se aproximam, onde os jornalistas deveriam atuar de maneira informativa, para auxiliar a população a se interar sobre os candidatos. O Código Florestal está sendo modificando, possibilitando maior destruição de nossas florestas, retirando multas e amenizando as penas de quem um dia já cometeu algum crime ambiental. Quantos brasileiro sabem disso?<br />
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A imprensa está realmente interessada em trabalhar para o bem da sociedade? O que eu vejo são meios de comunicação obssecados por audiência, e, para estar em primeiro lugar, todos se utilizam de qualquer assunto polêmico para a população, sem se preocupar com o real dever do jornalismo. Sem se atentar em ajudar a sociedade a se tornar cada vez melhor.<br />
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Eu estou de saco cheio de ouvi falar do caso Bruno, assim como fiquei enfurecida na época do caso Ronaldo e seus travestis, do garoto João Hélio. E no final, alguém aí sabe me dizer como todas essas histórias acabaram? É tanto alvoroço e especulação, para no fim, ficarmos sem saber o desfecho.<br />
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Eu quero uma imprensa inteligente e comprometida com a sociedade. Aqui fica também o meu protesto, contra essa imprensa manipuladora e leviana em relação aos interesses da sociedade. Por isso optei por ser jornalista. O que se precisa é de gente honesta, comprometida e qualificada, para garantir o progresso.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-68627840423159403552010-07-10T05:30:00.000-07:002010-07-10T08:59:58.723-07:00Blog da QuinzenaQueridos Delirantes, esta quinzena escolhemos o site <a href="http://www.corporativismofeminino.com/">Corporativismo Feminino</a>.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TDiY2HE6RII/AAAAAAAAAGQ/XZ3QS-jHEZw/s1600/apaar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="77" src="http://4.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TDiY2HE6RII/AAAAAAAAAGQ/XZ3QS-jHEZw/s400/apaar.JPG" width="400" /></a></div>Mais do que interessante, o espaço criado foi criado por 7 mulheres, e é uma espécie de mesa redonda das mulheres.<br />
Mostra de tudo um pouco, realmente de TUDO um pouco. Podem apostar que essa dica é IMPERDIVEL!!!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-46560660355392927712010-07-04T06:52:00.001-07:002010-07-04T06:55:04.727-07:00Certeza - Uma crônica sobre mim mesmaPor Maria Gabriela Brito<br />
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Quando criança nunca havia pensado no futuro. Queria saber apenas do agora. Era fechada com desconhecidos e escancarada com pessoas amadas. Gostava de falar, expor sua opinião, mesmo que na infância, não fosse muito ouvida. Com o passar dos anos a paixão por se comunicar com as pessoas só crescia.<br />
Já conseguia defender seu ponto de vista, e mais do que isso, gostava de escutar os outros e ajudar esses a se ouvirem também. Inspirava-se no pai, ela o colocava em um pedestal. Engenheiro Civil, ex-fazendeiro, apaixonado por números e letras, a incentivava culturalmente, com leituras, escritas e estudos. <br />
Ainda nova, escrevia poemas de amor, da vida, da dor. Sonhava em publicar um livro. Na família eram dois primos jornalistas, e o tio escritor e compositor, Cacaso. Quando descobriu os textos dele, encantou-se ainda mais pela descrição do cotidiano e do comportamento das pessoas. <br />
Na escola montou um jornalzinho apenas para seu círculo social, nesse, ela escrevia seus poemas, e contava casos da sua própria roda. As amigas vidravam ao verem seus nomes citados por ela. O pequeno projeto não durou muito tempo, com apenas 13 anos, ela tinha várias outras coisas a se preocupar, menos com o futuro, que ainda não passava pela sua cabeça.<br />
Nos encontros de família e com a falta de assunto, sempre surgia a pergunta, “Gabriela, e ai? Já sabe o que vai ser quando crescer?”. Aquilo a matava por dentro. “NÃO, eu não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe” pensava a menina. Para ser simpática, acabava respondendo o que todos queriam ouvir: “Vou ser médica”, algumas vezes, “Vou ser dentista”, outras vezes, “Vou ser advogada”.<br />
A verdade é que ela não sabia o que ia ser, e naquela altura do campeonato, aquilo começava a perturbá-la. No colegial, tentou resgatar todos os seus gostos. Descobriu que era apaixonada por moda. Começou a desenhar roupas, e percebeu que também tinha certo dom para a coisa, mesmo sem nenhum curso, tinha os traços firmes e criava modelos que ela jurava que confeccionaria um dia.<br />
No último ano da escola era hora de escolher. A menina começava a se desencantar pela moda, não que aquilo não fosse seu sonho, mas será que ela seria alguém naquele meio? Relações internacionais também era uma opção. Gostava de inglês, francês. Apaixonada por cultura de qualquer lugar, começava a achar que aquele seria seu destino. Conhecer novas línguas e lidar com pessoas diferentes dela.<br />
Ao longo do ano, ela teve certeza de várias coisas. Começou com a certeza de cursar relações internacionais. Desistiu. Teria que sair de sua cidade, e ela não queria deixar o pai para trás. Eram apenas ela, ele e a irmã mais nova. Iniciou uma nova certeza, a de cursar administração. Desistiu. Queria trabalhar com pessoas, mas ainda não era aquela sua paixão. <br />
Motivada por seu passado rural pensou em agronomia. Desistiu. O pai tinha passado péssimas experiências na área, e ela não queria aquilo. A próxima certeza foi o curso de direito. Desistiu sem motivo aparente. Aquilo ainda não a agradava. O curso de moda já estava fora de cogitação, também teria que sair da cidade para esse. Teve um insight. Psicologia. Sempre gostou de ouvir e ajudar as pessoas com seus problemas. Agora era certeza.<br />
No dia da inscrição, marcou o curso, sem toda aquela certeza de antes, mas marcou. Todo dia ela examinava as profissões disponíveis na faculdade. Nada. Começava a sentir-se mal. “Não nasci para fazer nada, nada se encaixa no meu perfil” avaliava. No último segundo, do último dia para uma provável alteração no curso escolhido, ela tinha apenas uma certeza, não era psicologia.<br />
Olhou todas as opções de novo, leu as descrições, e não sabia o que fazer. Foi quando um nome ressaltou sobre os outros. Um nome que ela havia visto várias outras vezes e ignorado. Como não havia pensado nisso ainda? “Prontos ou não, lá vou eu”. Foi fazer a prova de vestibular feliz, acertou todas as perguntas de português, e fez uma redação que até ela se surpreendeu. Aprovada, deu início no curso. <br />
Hoje, Gabriela está no último período de jornalismo, e apesar da vida tê-la levado a novos desafios e oportunidades, pretende escrever um livro com seus textos e fazer sua pós-graduação em moda, já que sua paixão pelo assunto ainda está intacta. E finalmente tem certeza que está no caminho certo.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-43143197363307449832010-06-25T05:57:00.000-07:002010-06-25T10:40:56.421-07:00Grito de SocorroPor Sarah Menezes<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.atarde.com.br/arquivos/2010/06/178340.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="141" ru="true" src="http://www.atarde.com.br/arquivos/2010/06/178340.jpg" width="200" /></a></div>Rostos em prantos, olhares de desespero e expressões faciais implorando ajuda naquelas miseráveis cidades do nordeste, acometidas por uma destruição natural, onde perderam tudo, inclusive suas famílias. A única coisa que consigo perceber são gritos de socorro!<br />
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Alguém aí, do outro lado dessa tela, sentado em uma cadeira confortável, no aconchego do seu lar ou na sofisticação do seu ambiente de trabalho, já parou realmente para imaginar o que essas pessoas estão passando? Para se por verdadeiramente no lugar delas e sentir o que elas estão sentindo?<br />
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Pelo visto não, ao menos não é o que está parecendo. Não vi até agora nenhuma mobilização nacional para ajudar as vítimas de enchente em Alagoas e Pernambuco, nenhum auxílio que se compare ao que fizeram para ajudar a Tailândia com o Tsunami. E o pior, além desse descaso nacional, com um país concentrado somente em Copa do Mundo, tem seres humanos, nem sei se poderia denominá-los assim, explorando essas pessoas que perderam família, teto, lar, dignidade.<br />
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Famílias e mais famílias sobrevivendo da boa vontade dos vizinhos, lavando roupas, bebendo água e tomando banho em um rio totalmente poluído, arriscando a própria vida, e a dos filhos, ingerindo água contaminada. E o que se tem visto? Comerciantes exploradores, vendendo produtos ao triplo do preço normal, um galão de água a R$ 15,00, uma caixa de velas a R$ 5,00, um botijão de gás custando a exorbitante quantia de R$ 65,00.<br />
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Por que isso? Para que? Que justificativas plausíveis essas pessoas tem para explorar quem mais precisa de ajuda agora? É desumano. Isso é falta de compaixão, amor. Falta de sentir na pele o sofrimento da vida.<br />
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Isso é um desabafo gente, porque não consigo entender o que está acontecendo. Estou aqui para reavivar em todos o sentimento de solidariedade. Vamos fazer nossa parte. Aqui fica meu convite, e também meu protesto!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-18678271836583000592010-06-21T06:21:00.000-07:002010-06-21T06:22:16.199-07:00Não-eclética, e daí?<a href="http://3.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TB9nC9RdN-I/AAAAAAAAAGI/TelZuP4Yb9Q/s1600/irritado.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><br /></a><br /><div style="text-align: justify;">Por Mônica Salmazo</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TB9nC9RdN-I/AAAAAAAAAGI/TelZuP4Yb9Q/s1600/irritado.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify; "><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TB9nC9RdN-I/AAAAAAAAAGI/TelZuP4Yb9Q/s320/irritado.png" width="255" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu estava prestes a começar outra história de romance, de aventuras, de sofrimento e outros diversos fatores que recheiam as histórias interessantes. Foi então que prestei bastante atenção no meu ambiente para escrever, eu escrevo em qualquer lugar, mas não suporto escrever sem música. Taí um tema interessante de verdade.</div><br /><div style="text-align: justify;">As músicas são a influência <i>mór</i> da escrita, quando estamos ouvindo músicas que falam de relacionamento entre casais então ficamos muito mais sucetíveis a escrever sobre o assunto. As mais belas músicas, na minha opinião, são as que falam sobre a vida, é incrível a capacidade de síntese que aprendemos a ter quando estamos sob influência da música.</div><div style="text-align: justify;">Música faz parte da existência humana, que atire a primeira pedra quem nunca colocou músicas depressivas depois de levar um fora ou então de terminar um relacionamento complicado. A música é essencial sim! Nem por isso eu me julgo eclética, odeio determinados gêneros musicais e acredito que o preconceito contra pessoas não-ecléticas seja maior do que preconceito que essas pessoas não-ecléticas tem com os estilos musicais.</div><div style="text-align: justify;">Vivo escutando de amigas que eu sou chata por que não aceito ir em show de sertanejo com elas, bom, na minha opinião, prefiro ficar em casa vendo um bom filme ou procurar outro lugar para ir. O problema dos não-ecléticos é que acabamos nos isolando, de certa forma, da sociedade. Vamos pensar: cidades pequenas, nada comparado com São Paulo ou Rio de Janeiro, são mais difíceis de encontrar opções. Se você é o único membro da turma não-eclético as probabilidades de ficar sozinho em um sábado à noite são bem maiores.</div><div style="text-align: justify;">Mas defendo-me ao dizer que realmente prefiro ser isolada e curtir coisas que gosto do que ir a lugares que não são a minha praia. Sinto-me desconfortável, deslocada e irritada, você já se sentiu assim? É muito estranho, e muito diferente de quando estamos em um ambiente familiar e agradável, são outros 500...</div><div style="text-align: justify;">Por isso escolho por ser não-eclética, mesmo que fique sozinha às vezes por falta de opção... bom... é sempre bom ter um tempo para curtir a si mesma.</div>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-91752779755756937322010-06-21T06:03:00.000-07:002010-06-21T06:03:46.485-07:00Blog da Quinzena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span id="goog_1524835008"></span><img border="0" height="98" src="http://3.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TB9i9ZmWuJI/AAAAAAAAAGE/dnIeK-phXog/s400/apagar.JPG" width="400" /><span id="goog_1524835009"></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><a href="http://www.interney.net/blogs/inagaki">Pensar Enlouquece, Pense Nisso</a>. Neste blog Alexandre Inagaki escreve sobre os mais variados tipos de temas, mas tudo com fundamentos interessantes. No espaço você pode encontrar recomendações dele sobre textos, prosas, poemas, crônicas, blogs, cultura pop, livros e também ler as entrevistas concedidas a alguns veículos de imprensa.<br />
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Esta é a nossa dica da quinzena, espero que se divirtam!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-34785425556778257102010-06-07T13:44:00.000-07:002010-06-08T06:05:51.757-07:00Vida...Amor...Vida<span class="Apple-style-span" style="font-family: "Lucida Grande"; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 11px;"></span></span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Por Sarah Menezes</span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/75/9100amor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/75/9100amor.jpg" width="200" /></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; line-height: 24px;"><br />
</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times; font-size: medium; line-height: 24px;"> <span style="font-size: small;"> <span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Nada melhor do que não fazer nada, só para deitar e rolar com você! Esse era o desejo diário de Antônia. Todos os dias ao acordar e se aprontar para ir para a faculdade ela planejava como seria maravilhoso não ter todas aquelas aulas só para poder dormir e acordar com Felipe. Queria se demitir do estágio a tarde só para fazer planos de uma vida inteira com ele. Sonhava com o dia em que todas as noites seriam ao lado do amado, curtindo com ele, descansando com ele, matando o tempo, à toa, mas com ele.</span></span></span></div><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: small;"></span><br />
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Era tudo o que ela queria, porém os compromissos de cada um permitiam somente que se encontrassem aos domingos, e, ao mesmo tempo em que era o dia mais perfeito e esperado da semana, era o mais dolorido também. Sentia um aperto no coração só de imaginar a saudade que sentiria dele depois dos maravilhosos momentos que tinham. A falta que o cheiro e o calor de Felipe faziam para o corpo de Antônia era gigante. A hora da despedida era com choros, todas as vezes. Antônia vivia por Felipe.</span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A jovem mulher tinha de 22 anos, e estudava gastronomia. A profissão escolheu também pensando em seu amado, uma outra maneira de lhe agradar. Optou por gastronomia para seguir os conselhos da avó, mãe e tias, que sempre diziam que homem se segura é pelo estômago. </span><br />
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Antônia fazia contagem regressiva para que chegasse logo o início do próximo ano, quando já estaria formada, e com o dia do seu casamento bem próximo, 26 de janeiro.</span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Durante todo o decorrer do ano, que antecedia seu tão esperado sonho, ela se dedicava de corpo e alma aos preparativos do casamento. Juntava todo o dinheiro que ganhava no seu estágio, só abria exceção para gastá-lo quando era dia de presentear Felipe, ou para comprar alguma coisa que a deixasse mais linda para o namorado.</span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Na virada do ano viajou para a paria com o amado e a família dele. Foram em dois carros, pois era gente pra caramba. Céu, praia, mar, calor, amor. Vida nova e cheia de felicidade era o que Antônia pedia e esperava para o ano que estava chegando.</span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Cinco, quatro, três, dois, um. Um milhão de fogos de artifícios embelezaram o céu durante uns 5 minutos. Ainda mais apaixonado, Felipe pega Antônia no colo e sai correndo pela multidão, sequesrtando-a. Chegaram em um amontoado de pedras, com vários coqueiros ao fundo, embelezando ainda mais a paisagem. Felipe deita Antônia na areia, e ali eles tem a melhor noite de amor de toda a vida dos dois. Depois disso, a paixão e o amor consumia ainda mais o casal.</span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Na volta para casa Felipe trazia em seu carro a amada e sua irmãzinha mais nova, Natália, de 6 anos. Era noite, e Felipe se mantinha o mais atento que podia, enquanto Antônia e Nati dormiam. A 5km de sua cidade, o rapaz, de repente, enxerga uma pessoa pulando na frente de seu carro. No susto Felipe joga o carro para esquerda para desviar e bate com tudo na placa de sinalização. </span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Quando Antônia abre os olhos, vê Natália ao seu lado, gritando Nininha, para lhe acordar. Desesperadamente já começa a gritar por Felipe, sem saber exatmente o que tinha acontecido. Sem muitos ferimentos, e com nenhum grave, ela vai em busca do namorado. O encontra bem próximo ao carro, ainda vivo. Ela o segura junto ao peito, e ele diz a Antônia que para sempre a amaria, aqui ou em qualquer outro lugar, outro tempo, outra vida. E em seguida fecha os olhos e dá seu último suspiro. </span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Antônia chora incontrolavelmente, faz juras de amor eterno, acaricia e beija o amado mesmo sem vida. Natália chega bem pertinho, põe a mão na barriga de Antônia e lhe diz:</span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">- Ele vai ficar com a gente Nininha. Vai dar para gente todo o amor que o Lipe daria. </span></div><div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;"><br />
</div>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-33621782526111648492010-06-01T06:37:00.000-07:002010-06-01T06:37:55.286-07:00T - continuaçãoPor Mônica Salmazo<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Continuação</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por que justo comigo?</div><a href="http://2.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TAUMq7CZZJI/AAAAAAAAAGA/MWEm0Y2zJjo/s1600/casa-na-arvore-03.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" height="150" src="http://2.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/TAUMq7CZZJI/AAAAAAAAAGA/MWEm0Y2zJjo/s200/casa-na-arvore-03.jpg" width="200" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">Ela saiu pela porta da frente de sua casa, aflita e totalmente desnorteada, Tatiana percebeu as antigas bicicletas que ela e Valentina costumavam andar quando crianças, as bicicletas eram grandes para crianças, mas elas gostavam mesmo assim. Como um relâmpago ela subiu na bicicleta e saiu disparada para a rua.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Pedalou em direção ao sol, pedalou durante segundos, minutos, ou seriam horas? As lágrimas não paravam de rolar em seu rosto branco pálido. O vento gélido rasgava sua pele, como mil pontas afiadas de facas, todas cravadas em seu coração.</div><div style="text-align: justify;">Do nada Tatiana parou, largou a bicicleta no chão e subiu um morro, alto e quase impossível de se alcançar o topo para quem o desconhecia, mas ele era bem familiar para ela. Se passaram tantos anos. Era incrível como a infância desaparece e a adolescência toma lugar de tudo, substitui os lugares sagrados por festas e paqueras. Faz o mundo mudar, faz tudo o que era simples tornar-se extremamente confuso. Como ela queria a mãe. Não tinha mais ela, não tinha mais a melhor amiga, não tinha mais o namorado. Isso machucava tanto.</div><div style="text-align: justify;">Os pés eram arrastados cada vez mais inconscientemente, o sol estava se pondo, o céu era tingido por raios vermelhos e laranjas, o frio era cada vez mais forte, dentro dela era tudo tão oco. A grande árvore ainda era a mesma, a casinha de madeira ainda estava lá, o presente que seus pais lhe dera era lindo, muito caro, mas suas condições financeiras sempre foram muito boas, nas tábuas ainda era visível as inscrições:</div><div style="text-align: justify;">"V e T amigas para sempre".</div><div style="text-align: justify;">Tatiana subiu no antigo esconderijo, o refúgio dela de infância, o único lugar onde poderia se esconder e planejar ficar ali até morrer de frio. Na verdade a morte seria algo muito exagerado, mas no momento ela não conseguia pensar em nada, nem mesmo em vingança, em raiva, em pena, em indiferença ou em palavras para dizer. Só queria ficar ali até a dor passar.</div><div style="text-align: justify;">Sentada na velha tábua olhando o sol se por, na tentativa de se aquecer com aqueles filetes dourados vindos do horizonte, Tatiana quase caiu de lá quando ouviu uma voz masculina dizer: "Quem é você?"</div><div style="text-align: justify;">Ao virar-se avistou na porta de entrada da casinha um garoto jovem, deveria ter uns 22 anos, vestia um uniforme verde e marrom totalmente brega com a inscrição "Jardinagem dos Freitas", o cabelo dourado como o sol e sensualmente ondulado, olhos verdes como safiras e lábios rosas como mangas. O corpo atlético era resultado de dias trabalhando com a inchada, o bronzeado deveria ser do sol diário e o cheiro doce de rosas era tão forte que parecia ser ele a própria flor.</div><div style="text-align: justify;">Aos olhos dele ela era uma completa estranha, uma estranha linda, que apesar de ter o rosto branco como a neve, manchado com a maquiagem, era evidente que ela estava chorando, era óbvio que ela estava sozinha. Meu Deus como ela era perfeita, as pequenas mãos estavam pousadas nas pernas que balançavam no ar, enrolada na grande saia que era lambida pela brisa da altura.</div><div style="text-align: justify;">Como intuição ele sentou ao lado dela e ficou olhando o sol, ela se afastou um pouco e continuou calada, olhando o horizonte, não importava quem era ou o que faria com ela, nada mais importava mesmo. Era bom não estar sozinha, mesmo assim a dor continuava, não a abandonava nem um instante. A pele estava arrepiada por causa do frio, os olhos estavam secos agora, não havia mais lágrimas, não havia mais uma sequer lágrima para escorrer, os cantos dos olhos doíam de tanto chorar, estavam secos e ela não conseguia fechá-los.</div><div style="text-align: justify;">Uma blusa grande e pesada foi posta em seus ombros, ela havia esquecido por uns instantes que estava acompanhada. Ele se levantou e abriu uma parte do assoalho, tirou cobertores e uma lanterna. Como ele conhecia esse lugar? O SEU lugar? Não estava abandonado? Como ele conseguia ser tão lindo?</div><div style="text-align: justify;">Ele pegou suas mãos e a colocou nos cobertores. Sentou-se na porta e ficou ali olhando o manto negro que agora envolvia tudo. Sem ao menos perceber ela pegou no sono. Teve pesadelos perturbadores, não estava entendendo mais nada.Quando acordou viu a familiar mobília do seu quarto. Tudo não passava de um sonho?</div><div style="text-align: justify;">Ela ainda sentia a angústia, a dor, tudo o que havia sentido.</div><div style="text-align: justify;">Levantou lentamente da cama, os pés quentes alcançaram o macio tapete persa que a mãe havia comprado antes de falecer, a camiseta grande do pai quase caía de seu corpo quando estava em pé. Os olhos ainda doíam, mas não estavam borrados e nem nada, o rosto não estava inchado, o que será que estava acontecendo?</div><div style="text-align: justify;">O sol fortíssimo do lado de fora entrava pela janela do quarto. Ela caminhou até a janela como todas as manhãs, para esquentar-se um pouco e, ao invés de ver o habitual quintal gramado, ela viu ele ali, o mesmo de seus sonhos, plantando margaridas em seu jardim.</div>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-68065071930900390552010-05-21T06:19:00.000-07:002010-05-21T06:19:52.858-07:00Só se divertirPor Maria Gabriela Brito<br />
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Naquele dia tudo deu errado. Ela já acordou mal humorada depois de levantar da cama e tropeçar em um dos peep-toes laranja jogado no chão e torcer o pé. Ficou roxo. Pronto, agora ela não poderia usar salto alto para ir trabalhar, que beleza. Após o desastre sem tamanho, ela andou mancando até o banheiro para escovar os dentes, mas quem disse que tinha pasta dental? Ela procurou em toda a casa e nada. Teve que fazer um gargarejo com Cepacol. <br />
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Conformada em ir trabalhar de sapatilha e mau hálito, entrou no carro e seguiu caminho torcendo para que nada mais desse errado. No trânsito um ônibus tombou e travou toda a marginal em que ela estava. Não tinha para onde ir, só esperar. Tentou ligar para o trabalho e avisar que chegaria atrasada, mas a bateria do seu celular havia magicamente acabado. Chegou ao escritório e deu bom dia a todos, fazendo o possível para evitar o contato pessoal com alguém, já que não havia escovado os dentes e nem comido nada, então estava com aquele delicioso hálito matinal.<br />
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Sentou em sua mesa, ligou o computador e pediu a assistente para comprar uns pães de queijo, o estômago estava gritando de fome. Quando o café da manhã chegou, ela praticamente devorou tudo de uma vez. Mal terminou a última dentada e o chefe a chamou para uma conversa em particular. Ela foi para a sala dele ainda terminando de mastigar o pão de queijo macio e quentinho. Estava até se conformando de estar de sapatilha. <br />
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Entrou no cômodo gigante e totalmente branco. Com as janelas tão grandes que pareciam paredes de vidro, da qual ela enxergava toda a cidade. Sempre gostou daquela vista, e imaginava o dia em que ocuparia o local, não como uma assistente de compras, mas como a compradora oficial do setor feminino da Ralph Lauren. Sentou na cadeira de couro em frente a mesa do chefe, pensando que seu dia talvez não estivesse tão ruim se ela ganhasse uma promoção.<br />
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Quando ele abriu a boca foi o mesmo que jogar um balde de água fria em sua cabeça. Ele queria demiti-la. Inacreditável! Ela podia ao menos estar usando salto alto. Quando ouviu a notícia, os olhos grandes, cor de mel tomaram uma cor dourada brilhante, e se encheram de lágrimas, mas ela segurou e saiu da sala. Saiu de lá com tanta raiva que não quis nem saber por que estava sendo mandada embora.<br />
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Foi para seu cubículo e sentou-se em sua cadeira. Descansou a cabeça nas mãos por um tempo, depois levantou o rosto e fez um rabo-de-cavalo nos longos cabelos castanhos. Respirou fundo e recolheu seus pertences da mesa. Foi embora sem despedir-se de ninguém. Desceu do escritório pelas escadas. Quem sabe pelo menos assim sua bunda ficasse um pouco mais malhada. “Desempregada, mas com um bom traseiro”, pensou ela.<br />
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Chegou ao estacionamento entrou no carro e ligou-o. Saiu acelerando do prédio, e mostrando um dedo um pouco indecente a ninguém em especial. Abriu o vidro das quatro portas e ligou o som na maior altura. Parou em um sinal vermelho e em seguida outro carro encostou ao lado do dela. Foi aí que começou a tocar uma versão muito animada e divertida de “Girls just wanna have fun”.<br />
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Ela começou a gritar e cantar como uma louca e aumentou ainda mais o som. O cara do carro ao lado ficou olhando assustado para ela. Por um momento ela olhou para ele e ficou sem graça. Estava a ponto de abaixar um pouco a música e adquirir uma postura decente, mas logo passou. E quer saber? Ela não estava nem aí. O sinal abriu e ela seguiu gritando a música e pensando como Cyndi Lauper tinha razão, ela também só queria se divertir.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-31557853209864036862010-05-21T06:04:00.000-07:002010-05-21T06:04:50.110-07:00Blog da QuinzenaO Blog desta quinzena provou ser bom de briga! <br />
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No meio de cinco outros blogs que concorriam na Expocom Sudeste 2010, ele foi o escolhido e classificado para a Nacional!<br />
O Delírios era um de seus concorrentes, e apesar de não termos nos apresentado, reconhecemos que o <a href="http://bangalodeflores.blogspot.com/">Bangalô de Flores</a> foi merecidamente campeão. <br />
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O espaço está preocupado em informar ao seu leitor movimentos e organizações sociais da zona da mata mineira. "A idéia é que esta página se torne uma casa virtual dos movimentos sociais aqui presentes".<br />
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Três blogueiros alimentam o site, e o Delírios os parabeniza pelo trabalho e esforço!<br />
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Parabéns ao <a href="http://o%20bangalô%20de%20flores%20traz%20para%20você%20informações,%20movimentações%20e%20especificidades%20das%20organizações%20sociais%20da%20zona%20da%20mata%20mineira.%20a%20idéia%20é%20que%20esta%20página%20se%20torne%20uma%20casa%20virtual%20dos%20movimentos%20sociais%20aqui%20presentes./">Bangalô de Flores</a> pelo prêmio e pela qualidade de seu conteúdo.<br />
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E galera, boa sorte em Caxias do Sul, estaremos torcendo!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-55506476605693780522010-05-14T08:21:00.000-07:002010-05-14T08:26:27.588-07:00A NovataPor Sarah Menezes<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_IcjX9zfOyMw/S2TTvozpbCI/AAAAAAAAAkY/C0JTr27Kjek/s320/mulher-trabalhando-computador_~kch0046.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="http://2.bp.blogspot.com/_IcjX9zfOyMw/S2TTvozpbCI/AAAAAAAAAkY/C0JTr27Kjek/s200/mulher-trabalhando-computador_~kch0046.jpg" width="200" wt="true" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Ela já havia sido avisada. Mas não tinha noção que poderia ser daquela forma. Fazia apenas uma semana que Beatriz tinha conseguido um trabalho na prefeitura. Há alguns meses ela estava na busca por um emprego, quando este surgiu, ela se encheu de energias e começou a trabalhar com toda dedicação. </div><br />
Bia estava empolgada, acordava todos os dias 1h30 antes de começar o trabalho, se preparava caprichosamente, deixava os problemas em casa e ia para ofício de cada dia com as energias renovadas, disposta a dar o melhor de si. Mas logo na chegada ela tomava um banho de água fria. Com 23 pessoas trabalhando no seu departamento, a um bom dia apenas 3 ou 4 gatos pingados respondiam, o restante continuavam com a cara fechada, concentrados em seus computadores, ignorando tudo e todos aos seus redores.<br />
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A novata não entendia o que estava acontecendo, se indagava sobre o que tinha feito para ser ignorada daquela maneira.<br />
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Com tanta energia negativa, Beatriz ficava atenta a todas as conversas, e quando começavam cochichar seu coração disparava, lhe vinha um medo que ela não sabia de onde. Pensava que estavam falando mal dela, de seu trabalho, desempenho, chegava até a achar que os olhares sobre elas eram tortos, de reprovação.<br />
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Amigas de longa data, que já ocuparam a mesma função que Bia ocupa, no mesmo lugar, alertaram-na para esse clima de superioridade e prepotência dentro desse ambiente de trabalho. Ela só não imaginava o que poderia acontecer, não mensurava o quanto as pessoas são arrogantes e sem educação.<br />
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Em meio a tanto olho gordo, invejoso e maldoso a jovem continuava seu ofício, tentando ignorar o que lhe fazia mal. Em seu segundo dia de trabalho Beatriz chega na sala e se depara com uma mudança, seu setor estava sendo transferido de local.<br />
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Mesa para um lado, computador para o outro, papéis e mais papéis junto com um monte de bagunças da mudança. Sala nova, o que restava agora era organizar tudo, cada coisa em seu lugar. Como em toda mudança, as coisas levam algum tempo pra se ajeitarem por completo, e nesse meio tempo Bia ficou sem computador, e seu chefe lhe permitiu que usasse quaisquer computadores que estivessem vagos no departamento. Durante 2 ou 3 dias ela ia para o trabalho apenas bater cartão, e ficava por lá para cumprir horários e a espera de um computador vago. Quando um ia embora, ou se ausentava por qualquer motivo, ela aproveitava pra usar o computador disponível, para checar e-mails e agilizar algumas coisas do seu trabalho.<br />
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Em um desses dias que ainda não tinha conseguido um computador próprio, uma manhã ensolarada, daquelas que desde as 8h você já se irrita com a intensidade do sol, a moça chega na Prefeitura e senta-se no sofá par ver os jornais. A responsável pelo administrativo, uma senhora com seus 40 e poucos anos, magra, alta, loira de cabelos encaracolados e curtos, dona de uma aparência não muito amigável, com o rosto cheio de linhas de expressão mais parecendo uma casca de mexerica, e totalmente démodé, com o nome de Horminda, se ausenta do departamento para ir ao médico, e estava precisando mesmo, para ver se melhorava aquela aparência.<br />
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Aproveitando o ensejo, Beatriz senta-se no computador de Horminda, confere seus e-mails, conclui tarefas e fica navegando pela internet. De repente ela começa a sentir um desconforto, algo começa a se retorcer dentro de sua barriga, passa a sentir calafrios e, sem ter como controlar sai às pressas para o banheiro. Mal sabia ela que isso poderia ser um sinal do que estava por vir. Ao retornar encontra Horminda, prostrada em frente ao computador, com cara de muito poucos amigos e fúria. Bia foi logo se apressando para sair da internet e liberar o computador. Chegou perto de Horminda e disse com toda educação e delicadeza:<br />
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- Desculpa, já estou saindo aqui para você usar.<br />
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E com toda a falta de educação, mal humor e respeito ela responde em alto e bom som:<br />
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- O que você está fazendo na frente do meu computador? Quem te deu permissão? Você está muito abusadinha para o meu gosto para quem é novata no ambiente. Não aceito pessoas do seu nível sentadas no meu lugar, nem mesmo ao meu lado.<br />
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Bia, transtornada de vergonha e raiva, vira um tapa na cara de Horminda com toda sua fúria. Descontroladas elas caem no chão, aos tapas, murros e puxões de cabelos.<br />
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A novata perdeu o emprego, mas saiu satisfeita por deixar um olho roxo na malvada.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-33592375550910245162010-05-07T07:50:00.000-07:002010-05-07T07:50:38.958-07:00V ou T?<div class="separator" style="clear: both; text-align: auto;">Por Mônica Salmazo</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/S-QojDPZUrI/AAAAAAAAAF8/CZ-yUoceufc/s1600/lagrimas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/S-QojDPZUrI/AAAAAAAAAF8/CZ-yUoceufc/s320/lagrimas.jpg" width="201" /></a></div><div class="MsoNormal">E se ela descobrir?</div><div class="MsoNormal">Era tudo o que se passava na cabeça de Valentina enquanto Rodrigo dedilhava suavemente seus dedos sob sua meia 7/8. As pontas de seus dedos eram quentes, mas nada comparados aos lábios ardentes dele. A culpa remoia sua cabeça, mesclava-se com o desejo que tinha de devorá-lo inteiro. O que será que se passava na cabeça dele? Será que ele não tinha medo ou receio de estar fazendo isso? Por que doía tanto? Por que as coisas deveriam ser dessa forma?</div><div class="MsoNormal">Em meio a perguntas e respostas vazias, suas mãos apertavam as costas dele de uma forma agressivamente delicada. Sua pele estava arrepiada de tanto sentir aquele corpo quente junto ao seu. Sua cabeça era jogada para trás enquanto seu corpo apoiava-se no sofá da sala de estar, o vestido estava na sua cintura e a camisa dele jogada ao chão, denunciando o óbvio.</div><div class="MsoNormal">Seus lábios tremiam enquanto ela os mordia levemente, era tão bom, era tão gostoso. Os olhos claros de Rodrigo a olhavam com tal profundidade que parecia deixá-la nua, transparente, impossibilitada de pensar ou dizer qualquer coisa. A língua dele descia por seu pescoço fazendo-a revirar os olhos enquanto ele apertava sua cocha com as mãos. </div><div class="MsoNormal">O zíper do seu vestido começou a abrir vagarosamente. Como uma provocação ele ia beijando cada centímetro do seu corpo. Se as pessoas soubessem o que estava acontecendo na sala ao lado talvez não ficassem muito orgulhosas de Valentina. </div><div class="MsoNormal">Com uma experiência incrível Rodrigo a virou e mordiscou suas costas de modo delicado. Tão delicado que fazia Valentina esquecer do resto do mundo. Ela queria sentir apenas o hálito quente e refrescante que saía da boca dele.</div><div class="MsoNormal">O barulho dos convidados era cada vez mais alto. Pessoas embriagadas rindo falsamente uns para os outros, enquanto desejavam votos que acreditavam nunca tornarem-se realidade. O ser humano tem a péssima mania de seguir seus interesses ao invés de sua intuição. Mas isso não importava agora.</div><div class="MsoNormal">Em um compasso constante ele a tomou no colo e sentou-se no sofá. Os cabelos bagunçados, sendo puxados para trás pelas mãos fortes dele, um jeito delicadamente selvagem de dizer que a desejava. Ela gostava disso.</div><div class="MsoNormal">A respiração estava cada vez mais ofegante, a pele mais quente, os lábios tremiam e as mãos queriam pegar algo que não sabia o que era, mas desejava. E como desejava! O vestido azul marinho de seda caiu dos ombros e se acumulavam na cintura enquanto mostrava suas pernas nuas.</div><div class="MsoNormal">Não agüentava mais toda aquela pressão, não agüentava mais estar ali, não agüentava mais ter que esconder toda essa vontade. Simplesmente não agüentava mais. E foi em meio a toda essa vontade que Tatiana abriu a porta e viu os dois abraçados e seminus no sofá da sua casa.</div><div class="MsoNormal">Toda uma história passou por sua cabeça. Como conhecera Rodrigo, todas as flores que havia ganhado, todos os beijos quentes, a noite que perdeu a virgindade com ele, o baile de formatura, as viagens, os acampamentos, as escapadas no barco da família, os passeios no meio do dia, a traição.</div><div class="MsoNormal">Dupla traição.</div><div class="MsoNormal">Como uma onda que surge do fundo do oceano e ganha força na superfície as lágrimas começaram a transbordar dos seus olhos. Valentina e Rodrigo pararam e a encararam. O silencio dominou o ambiente.</div><div class="MsoNormal">Em questão de segundos Tatiana estava longe dali. Justo meu namorado e minha amiga? Justo no dia do meu aniversário? Justo comigo?</div><div class="MsoNormal">Era impossível isso estar acontecendo, simplesmente impossível!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">TO BE CONTINUED</div>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-25328152227446164742010-04-30T11:33:00.000-07:002010-05-11T07:03:00.553-07:00A vendedoraPor Maria Gabriela Brito<br />
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Todos os dias daquela última semana quando passava por aquela rua a caminho do trabalho ela o via. Ele ficava ali, estático esperando por ela à porta daquela boutiquezinha barata. O local era apenas uma entradinha feia e sem graça, perdida no meio daquela rua comercial movimentada de lojas e vitrines atraentes.<br />
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Por várias vezes ela desejou parar, mas seu horário apertado não permitiu. Como era doído vê-lo tão lindo ali dando sopa para qualquer outra que poderia aparecer casualmente e arrastá-lo boutiquezinha afora. Naquela manhã antes de sair de casa, ela não suportou e prometeu parar e levá-lo embora com ela. <br />
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Ele tinha que ser seu! O percurso foi demorado. Ela estava tão ansiosa com a idéia de tê-lo só para ela que a barriga remexia insistentemente de uma maneira tão desagradável que a deixava enjoada. Passou esperançosa pela loja, mas ele não estava lá. Alguma vadia com certeza tinha visto nele a beleza exótica que ela avistou de primeira no começo daquela semana. <br />
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Foi embora derrotada e sem ânimo. Dali para frente suas manhãs seriam muito vazias e sem graça. No outro dia, triste como estava quase desistiu de passar por aquela rua que traziam tantas lembranças, mas pensou que seria inútil e uma hora teria que superar. Quando estava praticamente em frente à lojinha decidiu parar e perguntar. Às vezes alguém ali poderia ter notícias dele. Estacionou o carro e desceu. <br />
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Atravessou a rua cheia de pensamentos positivos. Ela havia lido em um livro que o universo conspira a nosso favor quando pensamos positivos, talvez com ela funcionasse também. Entrou na loja e atrás do balcão estava uma mulher de uns 40 anos. Cabelos loiros bagunçados em um rabo de cavalo mal feito. <br />
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Ela usava um batom rosa escuro cintilante que com certeza não havia sido moda nem na década de 80. O rosto era redondo e muito branco. Vestia uma camiseta amarela regata apertada demais para seu corpo rechonchudo, e uma bermuda jeans azul clara de lycra que não lhe caia nada bem.<br />
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Ela perguntou por ele, e a vendedora respondeu com uma voz chata e aguda, que seria impossível de ouvir por mais de trinta segundos.<br />
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-Há querida, eu me lembro dele sim, acho até que ele está por aqui, espera um minuto que vou procurá-lo para você. – Grunhiu a mulher.<br />
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Ela ficou extasiada com a idéia de poder vê-lo novamente. Sentiu de novo aquele embrulho no estômago. <br />
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A vendedora desapareceu atrás de uma parede e retornou após alguns infinitos segundos. Lá estava, ainda mais bonito do que ela se lembrava. Tinha que ser dela.<br />
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-Quanto é?<br />
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-R$139,90, mas posso dar um descontinho à vista.<br />
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-Oi?<br />
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Tudo bem, o vestido era lindo, mas não valia mais do que uns quarenta reais, ainda mais naquela lojinha feia e com a pintura descascando. O vestido era curto, de um tecido vagabundo, mas com uma bela estampa de oncinha. O corte e o caimento eram legais, mas com certeza não valia aquilo tudo.<br />
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Percebendo a indiginação da moça, a vendedora pegou a calculadora e fez algumas contas que só ela mesma entenderia, e disse que faria o vestido por noventa reais. <br />
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-Leva querida, vai ficar lindo em você. – Que lábia!<br />
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-Eu to achando um pouco caro, esse tecido não é de boa qualidade.<br />
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-Querida, você não está entendendo, esse vestido é MGucci.<br />
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-Oi?!?<br />
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A mulher disse aquilo como se ser “MGucci” fosse o que todo vestido quisesse ser. E o que era MGucci afinal de contas? <br />
<br />
A peça não valia o preço, e ainda era de uma marca totalmente desconhecida que agia como se fosse o auge do momento, mas ela não agüentava mais ouvir aquela voz irritante e preferiu não discutir moda com uma maluca que usava batom verão mil novecentos e nunca.<br />
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Comprou o vestido e foi embora aliviada. Não por finalmente ter a peça, mas por ter se livrado da visão daquela breguice ambulante e de sua voz insuportável. <br />
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Chegando em casa foi que ela se deu conta. Realmente havia comprado o vestido. Desembrulhou o pacote e olhou a peça. Um pouco revoltada, um pouco feliz e muito suspresa com a astúcia da mulher, pensou:<br />
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- Vendedora esperta do c******!Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-75594305262517476432010-04-26T07:48:00.000-07:002010-04-30T11:42:57.046-07:00Blog da Quinzena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://misquilinas.wordpress.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/S9bNq8fn-AI/AAAAAAAAAFQ/LdcH8px-EzI/s1600/misquilinas.bmp" tt="true" /></a></div>Fluidez: A palavra que define o blog desta quinzena. O <a href="http://misquilinas.wordpress.com/">Misquilinas </a>de Bruno Reis mereceu este posto. O blogueiro usa o espaço como coluna, diário, jornal! Ele é um dos que realmente sabe aproveitar o blog. Fala de música, de cinema, de coisa importante ou de futilidades, seja para criticar ou elogiar. <br />
Seu texto flui tão naturalmente que é impossível não ficar envolvido com a opinião dele.<br />
É com muita satisfação que indicamos o <a href="http://misquilinas.wordpress.com/">Misquilinas</a> para o leitor do Delírios!<br />
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<strong>Acessem que vocês vão gostar!</strong>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-8508844596345518262010-04-23T12:25:00.000-07:002010-04-26T04:31:54.095-07:00Tudo em Família<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Times New Roman";">Por Sarah Menezes </span></div></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.fashionbubbles.com/wp-content/uploads/2008/03/000interativa2007-tarcila-familia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="http://www.fashionbubbles.com/wp-content/uploads/2008/03/000interativa2007-tarcila-familia.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Em meio à estrutura familiar um tanto quanto confusa, Priscila cresceu uma menina recatada, séria, sem aquele brilho que a simpatia trás. No entanto, sua doçura, inteligência e esforço sempre despertaram admirações alheias. Além de ser dona de uma beleza invejável.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Filha de pais separados, a jovem garota de 23 anos foi criada com a mãe Ana Cristina e a irmã Thaís que, por sua vez, é irmã de Priscila apenas pela parte materna. Priscila tem mais 3 irmãos e Thaís mais 2 irmãos. São filhas únicas, mas com uma penca de irmãos. Um rolo que até Deus se confunde na hora de tentar entender.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Apesar de não correr nas veias 100% do mesmo sangue, Priscila e Thaís cresceram muito unidas. A afinidade entre as duas sempre foi algo admirável. Na cabeça delas, quando o assunto é irmandade a primeira e única pessoa que vem a mente de uma, é a outra. Não que não gostem ou desconsiderem os outros irmãos, mas no fundo dos corações das duas, somente elas que são parte da mesma família (dentro de casa), afinal a vida inteira sempre foi Ana Cristina, Priscila e Thaís. Só. Mais ninguém participava dessa família que, por sinal, era muito unida.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Mesmo não sendo criadas com os pais, Ana Cristina sempre fez questão que suas filhas mantivessem um contato muito próximo com eles. Passavam alguns finais de semana em companhia dos irmãos, pai e madrasta. Em festas e datas comemorativas as famílias sempre se encontravam e os irmãos se misturavam. Nesse momento ficava difícil até para Priscila e Thaís distinguirem quem era irmão de quem.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Nascidas e criadas no interior do Paraná, foram para São Paulo ainda meninas. Apesar de deixar pai e irmãos na cidade natal, elas nunca os abandonaram, passavam todas as férias com eles. Priscila se sentia tão à vontade na casa do pai de Thaís quanto Thaís na casa do pai de Priscila e, por isso, passavam juntas às vezes uma temporada na casa do pai de uma ou de outra.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Com a adolescência e responsabilidades chegando, as irmãs perderam um pouco o contato uma com a família da outra. Apesar de sempre permanecerem unidas o convívio com pai e irmãos uma da outra foi ficando cada vez mais escasso. A infância e as histórias vividas juntas trataram de ficar na memória.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Priscila estava se formando e, como era de se esperar, na lista de convidados apareciam o pai e irmãos de Thaís. Super lisonjeados, a família compareceu em peso, não faltou ninguém para prestigiar aquela menininha tímida, recatada, de poucas palavras e inteligentíssima, que agora tinha virado uma mulher linda, ainda séria e reservada, porém muito atraente.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Com a correria das festas e eventos, Priscila só teve oportunidade de encontrar todos os seus convidados no baile. Lá ela reencontra o pai e os irmãos de Thaís após 4 anos sem vê-los e, para sua surpresa, Leonardo (o irmão mais velho de Thaís) está irresistivelmente lindo. Ela não conseguiu entender o que passou dentro de si quando reencontrou o rapaz, mas soube que ele mexeu com ela. Mesmo assim, por causa de sua timidez e seriedade, não manifestou nenhuma reação.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> O que Priscila não sabia era que o mesmo havia acontecido com Leonardo ao vê-la. Porém, como um bom galanteador e cheio de atitude, não pensou duas vezes antes de tentar se reaproximar da bela moça que, em um passado não muito distante, era considerada como irmã pra ele.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Leonardo chegou com assuntos do passado, depois começou a questionar sobre o presente e futuro de Priscila. Uma gostosa conversa se desdobrava quando Priscila lembrou-se de que era sua festa de formatura e, portanto, deveria dar atenção à todos seus convidados.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> No dia seguinte todos partiram de viagem e as únicas palavras que trocaram foi um: - Adeus, até mais. Entre olhos tristes e coração apertado. A vontade de Leonardo era de envolvê-la nos braços e dizer o quanto ela havia mexido com ele, o quanto ela faria falta mesmo apesar de poucos minutos de conversa que mudaram-no.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Leonardo estava apaixonado, perdidamente encantado por Priscila, então decidiu desabafar e pedir ajuda para a irmã. Ao contar o que estava acontecendo, Thaís parecia não acreditar nas palavras que saíam da boca do irmão. Ficou confusa, começou a imaginar como seria se seus irmãos ficassem juntos. Ela acabaria sendo irmã e cunhada dos dois ao mesmo tempo. Que situção!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Mas por fim Thaís se livrou de preconceitos e hesitações, afinal, qual era o problema dos dois ficarem juntos se biologicamente não eram nada um do outro? Criou coragem e foi ter com a irmã uma conversa séria e sincera, contando a ela tudo o que Leonardo havia lhe dito. Priscila entrou em choque, não imaginava que a paixão era correspondida. Seu coração acelerado e a queda de pressão denunciavam um ar pálido, gélido e confuso. Não sabia se explodia de felicidade ou de tristeza. Era difícil decidir quando estamos em uma situação como essa.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: small;">Por fim Priscila optou por seguir sua moral, isso ia contra seus princípios éticos, mesmo que isso significasse nunca ter a oportunidade de ser feliz com seu amado. Apesar da insistência de Thaís ao tentar convencer a irmã a ficar com Leonardo, Priscila estava irredutível e decidida, não ficaria com o irmão de sua irmã jamais.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Decepcionado, Leonardo passa a perder as esperanças. Tenta interessar-se por outras mulheres, mas nenhuma mexe com ele, nenhuma é tão dedicada, delicada e graciosamente chata como Priscila. Não sabia o que fazer com aquele sofrimento dentro do peito, não dormia, não descansava, não conseguia estudar ou se concentrar. As saídas já não existiam mais, a depressão estava tomando conta dele. Foi quando Leonardo decidiu entrar para um seminário. Ali ele teria certeza de que pelo menos seu amor por Deus seria correspondido.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Algum tempo após o ocorrido Priscila conheceu outro homem, apaixonou-se e viveu intensamente essa nova experiência. Apesar de sempre ter Leonardo na cabeça ela decidiu ser feliz com outro. Casou-se e deu início a outra fase de sua vida.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Os anos se passaram. Leonardo estava indo bem no seminário, conseguira um posto confiável e liderava vários seguidores de Deus. Priscila tivera um filho e seguia sua vida familiar e profissional de forma bem tranqüila e simples. Tanto um quanto o outro ficaram extremamente chocados quando o convite de casamento de Thaís chegou. No lugar destinado aos nomes dos noivos cada um leu: Thaís Sodré e Diogo Galvão.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 19px; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Times New Roman";"> Priscila desmaia em sua casa. Leonardo solta um pequeno sorriso de canto de boca, sugerindo uma aprovação. Diogo era irmão de Priscila.</span></span></div>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-51500651919040829392010-04-16T07:33:00.000-07:002010-04-16T07:34:30.890-07:00Je T'aimerai<div style="text-align: justify;">Por Mônica Salmazo</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/S8h0uWQ_SjI/AAAAAAAAAFM/0yzi-tMD2y4/s1600/grama.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/S8h0uWQ_SjI/AAAAAAAAAFM/0yzi-tMD2y4/s1600/grama.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
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<div style="text-align: justify;">À la francesa. Tinha cabelos curtos estilo Channel. Cantarolava músicas de Françoise Hardy, Edith Piaf, Mireille Mathieu, Carla Bruni, Raoul de Juglart, Charles Aznavour, Francis Cabrel entre outros. Cachecóis e botas altas vaziam parte da vestimenta. Acompanhada por óculos Claude. A onda era ser francesa. Pelo menos essa era a ideia que ela queria acreditar. Laura acreditava nisso e, portanto, seu mundo poderia acreditar também.</div><div style="text-align: justify;">Passavam das onze horas da noite quando ela decidiu sentar-se em um bar. Ao som de La Question de Françoise Hardy ela avistou o pequeno nariz arrebitado pedir um Aligot (purê de batatas misturadas com queijo Tomme). O sotaque era inconfundível. As sapatilhas em tom terra combinavam com o chapéu de aba larga de mesmo tom. Seu vestido ia até os joelhos e formavam um profundo decote nas costas e na frente, preso pelo cinto costurado ao modelito. A bolsa creme era pequena e havia um chaveiro da Veuve Clicquot.</div><div style="text-align: justify;">Laura ficara hipnotizada, olhando a bela jovem sentada na mesa ao lado esperando sua refeição. Como ela era bonita. Após este dia ela passou a ir todos os dias ao mesmo restaurante para encontrar a tal francesinha. Nunca mais a vira.</div><div style="text-align: justify;">Foi deitada na grama da praça escutando seu mp3 que começou a escutar uma música muito conhecida por ela e desconhecida para o resto dos brasileiros: Je T'aimais, Je T'aime, Je T'aimerai de Francis Cabrel ao som de violão.</div><div style="text-align: justify;">Ali estava ela, sentada na grama com um violão e uma pasta de músicas, tentando tocar a canção. Sua voz era doce e aguda, fazia com que a frequência nos deixasse estasiados, na ansia de escutá-la cada vez mais.</div><div style="text-align: justify;">Foi quando os pequenos olhos verdes sobrecaíram em Laura. A pequena francesa continuou cantando os versos "Quoi que tu fasses, l'amour est partout où tu regardes, dans les moindres recoins de l'espace...".</div><div style="text-align: justify;">Foi quando Laura começou a acompanhar a música e as duas cantaram juntas tarde adentro. A amizade surgiu em forma de versos e melodias. Não haviam muitas conversas uma vez que nenhuma das duas sabiam o mesmo idioma. E durante semanas o encontro na praça era quase religioso. Duas garotas com seus violões e suas músicas francesas.</div><div style="text-align: justify;">Laura reparava nas pequenas mãos da francesa. Tudo parecia pequeno e delicado.</div><div style="text-align: justify;">Faltavam apenas 2 horas para a francesa ir embora e esta tarde no parque não havia nada além do silêncio.</div><div style="text-align: justify;">Foi quando Laura foi surpreendida quando a outra disse em sotaque arrastado e com as maçãs do rosto vermelhas de timidez: "Meu nome é Amery. É um prazer te conhecer. Vou sentir sua falta". Os pequenos lábios vermelhos tocaram a boca de Laura e como um súbito surto elas se beijaram suavemente. Os lábios formigavam e a espessura da grama nas mãos delas pareciam que poderiam ser sentidas em cada centímetro.</div><div style="text-align: justify;">Durante minutos a fio elas ficaram ali, entregues aos desejo infinito que haviam acumulado. Não ligaram para o que os outros deveriam falar delas. Não ligavam se as duas eram mulheres. Não ligavam se tudo parecia confuso. Só queriam sentir. Sentir cada intensidade e onda elétrica que percorria seus corpos.</div><div style="text-align: justify;">Era realmente uma pena que Amery precisasse ir embora.</div><div style="text-align: justify;">Antes de ir embora Amery deu um gostoso sorriso para Laura e lhe entregou uma letra de uma música em francês e foi embora.</div><div style="text-align: justify;">Passados alguns anos, Laura tornara-se uma famosa Chef de cozinha. Não casara. Não tinha ninguém além de sua gata chamada Amélie. Tornara-se professora de francês nas horas vagas e adorava tocar violão na grama de casa. Não esquecera a amiga e, para manter viva a lembrança, passara a compor músicas.</div><div style="text-align: justify;">Estava em sua pequena casa em São Roque, quando escutou na televisão uma voz conhecida. Uma voz doce e aguda. A letra não era desconhecida. O prato de bolinhos que estava em suas mãos fora ao chão quando avistou Amery cantando. A mesma canção que entregara à ela anos antes. As lágrimas vieram aos olhos. Os lábios ficaram quentes e os olhos se fecharam, buscando na imaginação tudo aquilo que acontecera, a saudade que sentira.</div><div style="text-align: justify;">Amery não a havia esquecido.</div>Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-38245152995236855282010-04-05T07:15:00.000-07:002010-04-05T07:18:51.156-07:00Blog da QuinzenaQuinze dias se passaram...e mais um blog foi escolhido para ficar em destaque no Delírios. <a href="http://natpm.com/"><strong><em>Na TPM</em></strong></a><strong><em>! </em></strong>O blog é bem divertido. Evilyn, Lívia e Mara postam sempre pensamentos e piadinhas, ironizando o universo feminino, ou não. Vale a pena conferir, garanto que darão boas risadas!<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://natpm.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" nt="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_hESgLKSrlDY/S7nwRXbzcjI/AAAAAAAAAFI/mc0YL4lXyy8/s320/natpm.bmp" width="320" /></a></div>Bjo bjoo gente!!!.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-31404349497241933292010-04-05T06:14:00.000-07:002010-04-05T06:14:15.600-07:00Sem preconceitoPor Maria Gabriela Brito<br />
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Há o verão! Como ele amava o clima quente, o sol queimando e os temporais momentâneos que só serviam para deixá-lo molhado e com mais calor. Sentado na arquibancada da quadra de futsal da universidade ele babava nas lindas meninas bronzeadas que faziam questão de exibir todas as partes do corpo nessa estação tão caliente.<br />
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Essas meninas deixavam-no completamente louco, como se soubessem que usar um vestidinho curto e decotado era o suficiente para fazer cada célula do corpo dele se contorcer de excitação. Até as mocinhas mais branquelas traziam no rosto um ar saudável com bochechas rosadas e nariz avermelhado queimado de sol.<br />
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Entretanto, ele não conseguia decidir o que mais mexia com ele. Aquelas belas garotas saradas e bronzeadas e seus longos cabelos brilhando a luz do dia, ou aqueles homens másculos e suados berrando e correndo sem camisa atrás da bola de futebol na quadra coberta.<br />
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Aqueles rapazes joviais e cheios de energia enchiam a cabeça dele com pensamentos que sua avó com certeza consideraria muito mais do que pecaminosos. “O Diabo roubou e possuiu meu netinho com pensamentos do inferno!”, diria ela. A imagem da avó maníaca religiosa o fez soltar uma gargalhada que arrancou olhares curiosos de um grupo de amigas sentadas duas fileiras abaixo que soltaram risadinhas para ele.<br />
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Elas fofocavam e riam, jogando todo o charme possível para os atléticos jogadores de futebol. Deviam estar imaginando a mesma coisa que ele, sentindo o sangue correr por cada veia do corpo, causando um efeito eufórico e ansioso como quando ele estava nervoso antes de uma apresentação de trabalho misturado com a sensação de ver alguém pelo qual estava apaixonado.<br />
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Ele se apaixonava muito fácil. E também era fácil se apaixonar por ele, homens e mulheres. Era alto com seus 1,80 de altura e postura charmosa. Apesar de não ser muito atlético, tinha um porte elegante e esguio, digno de realeza. Os cabelos estavam sempre bem cortados, deixando fios lisos e pretos repicados com leveza que caiam charmosamente nos olhos escuros. <br />
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O cabelo era tão brilhante e sedoso que dava vontade de por a mão, só para ver se era de verdade. O rosto era firme e quadrado, porém um pouco delicado, com seus lábios finos e vermelhos e nariz pontudo e perfeito no conjunto. Era um jovem bonito que chamava a atenção de quem ele quisesse: homens, mulheres, gays, bi ou héteros. Era impossível não olhar para ele.<br />
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Justamente por isso ele não decidia. Não dava! Com tanta gente o desejando ele não poderia escolher. O ser humano era tão maravilhosamente perfeito e único que ele não podia e nem queria escolher. Ele achava que ter preferências não combinava com ele. Pra quê? Se ele poderia ter tudo!<br />
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Não dava para escolher entre aquelas jovens delicadas que clamavam por sua proteção, ou por aqueles homens deliciosos e tão perfeitos quanto ele, que também eram impossíveis de não serem admirados e desejados. Enquanto sorria misteriosamente para as mocinhas sentadas nas fileiras abaixo, observava os jogadores suados e ofegantes.<br />
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Ele não precisava se decidir. Queria todos! Estava tão apaixonado pela vida, pelo ser humano, que não pensava em tipos físicos, cor, sexo, não tinha preconceitos. “No fundo é todo mundo igual. Vamos todos ser caveiras que vão acabar virando pó um dia”, pensou ele.<br />
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Pegou o celular e marcou um encontro depois da aula com um ex-namorado, mas também amigo colorido, daqueles que sempre quebram o galho. Depois recolheu seus livros de sociologia e desceu algumas fileiras. Foi dar toda a atenção que aquelas belas jovens estavam implorando. Ele não precisava decidir. E definitivamente não iria.Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2120430035977706534.post-58758960859035876852010-03-29T14:50:00.000-07:002010-03-29T14:50:34.031-07:00Novos valoresPor Sarah Menezes<br />
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Na hora da conquista, Beatriz dava aula de charme, beleza, discrição e sedução. Ninguém resistia.<br />
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Se destacava e era sempre a mais cobiçada profissional do sexo no Leblon. Com 1,65m atraía todos os olhares quando calçava um salto 12cm, soltava os negros e longos cabelos que, de tão liso não parava presilha alguma, e se produzia para mais uma noite de trabalho. Tática infalível. Todos a desejava.<br />
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Mas Bia era diferente das demais. Escolhia seus homens criteriosamente antes de incluí-los na sua lista de clientes. Tinha que lhe agradar em diversos aspectos, caso contrário, dispensava trabalho mesmo.<br />
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Estudante de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a moça de 23 anos era bastante dedicada aos estudos, afinal foram dois anos ralando, durante as horas vagas na pastelaria de seu pai, e estudando freneticamente para passar no vestibular e ir morar na capital.<br />
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Esforço recompensado, Beatriz precisava se preocupar com seus gastos de universitária. Todo dia era festa e curtição. Bancar isso não era fácil. As duas colegas com quem dividia o quarto na casa dos estudantes eram mimadas e ganhavam uma gorda mesada dos pais, Bia só recebia o suficiente para se alimentar e pagar pequenas despesas pessoais. Letícia e Fabiana todas as noites convencia Beatriz a ir com elas para baladas enquanto se arrumavam.<br />
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Bia começou a não ter mais dinheiro para comer bem todos os dias. Passava a semana comendo macarrão instantâneo para poder conseguir estar presentes em todas as festas. Sua saúde foi ficando frágil, foi internada por anemia, desenvolveu uma úlcera. Decidiu que encontraria uma forma de ganhar dinheiro para manter a saúde e não se sentir envergonhada, incomodada e excluída por não conseguir acompanhar a badalada vida das colegas.<br />
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Em uma tarde, quando saiu para passear e fazer os exercícios diários, percebeu que muitos homens também freqüentavam o Leblon, e reparou que a maioria deles se vestiam com roupas caras e iam embora de carro importado. Eles eram atraentes e não paravam de olhar para ela.<br />
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Foi quando teve a idéia de seduzi-los e cobrar-lhes por sua companhia e serviço. Com sua beleza estonteante, impunha regras a seus clientes e todos obedeciam.<br />
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Não fazia programas com quem não tivesse dinheiro, não fosse casado e nem elegante. Na hora da “H” era ela quem comandava a situação. Deixava os homens loucos e enfeitiçados, pois além dos estudos medicinais, Bia ocupava seu tempo com estudos sobre sexo. Ficou expert no assunto e garantiu a preferência de seus clientes.<br />
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As meninas que moravam junto com Beatriz nunca desconfiaram de seu ofício. Até porque não a viam com vários homens diferentes, já que ela era bastante rígida em sua seleção. Além disso, cobrava caro para não precisar fazer vários programas e levantar suspeitas.<br />
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Certo dia, em um de seus “encontros”, Bia despertou por Eduardo uma paixão, que foi correspondida. Ele tinha um toque especial que encantou a deslumbrante moça.<br />
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Edu era lindo, e obviamente rico. Esbanjava carisma, simpatia e sedução. Beatriz engatou o namoro com o rapaz. Estava perdidamente apaixonada. Parou de trabalhar e Eduardo pagava todas as despesas da amada.<br />
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O segredo que o envolvente rapaz escondia era que nunca conseguiu resistir a uma mulher bonita. Jogou todo seu charme e conquistou Fabiana e Letícia. Ambas se tiveram um caso com Edu, afinal ele era irresistivelmente encantador e milionário. Manteve um relacionamento com as três, sem que Bia desconfiasse de ninguém.<br />
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Em um maravilhoso e relaxante final de semana em Angra dos Reis, Beatriz teve a maior decepção de sua vida. Ao sair para um passeio de lancha com o amado, esqueceu sua máquina fotográfica em casa, e seu celular estava sem bateria. Bia, com a maior inocência, pois não tinha o costume de vigiar o namorado, pegou o celular dele para registrar aqueles belos momentos. Edu não percebeu que era seu celular que a namorada usava.<br />
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Empolgada, ao final da tarde Bia começou a rever todas as fotos que tinha tirado. E sem se tocar começou a ver imagens de outros dias de Eduardo. Para sua surpresa e decepção, ela encontrou uma foto do amado com Fabiana, se beijando. E várias outras, com outras mulheres, onde ele as abraçava e segurava em seu colo. E entre tantas, mais uma apunhalada. Letícia também se envolvera com Edu.<br />
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Beatriz foi embora sem que o canalha de seu namorado percebesse. Chegando em casa, foi até o quarto de Fabiana, que estava dormindo, picotou todo o cabelo da traidora. Em seguida, estava em busca de Letícia quando a encontrou no corredor. A garota veio sorridente em direção a Bia e tentou abraçá-la. Beatriz se desviou do abraço e não falou uma palavra sequer. Foi para o quarto, arrumou suas coisas, e quando estava na porta de casa, colocou suas malas no chão, foi até o quarto de Letícia, lhe deu um tapa na cara, virou as costas e foi embora. <br />
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A único vestígio que Bia deixou foi um recado para cada um que traiu ela:<br />
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“Por que julgar as pessoas sendo que, hipocritamente, no final todo mundo acaba se vendendo por dinheiro, beleza, ou qualquer outro fator?”Delírios Literárioshttp://www.blogger.com/profile/12859869135572227162noreply@blogger.com3