Por Sarah Menezes
As férias acabaram tem algum tempo, mas recordando os momentos bons que tive nela, um eu faço questão de deixar registrado, o acampamento na chuva.
Era uma quinta-feira, e eu estava em um bar com meus amigos, o que é de costume durante todo o período de folga que nós temos, nos encontramos todos os dias para recompensar o tempo que passamos longe, pois todos estudam fora. Em meio a conversas e brincadeiras alguém sugere um acampamento para o final de semana, mais do que animados, todos já se organizam e combinam a viagem para o dia seguinte, a sexta-feira.
Quem realmente botou fé no combinado, e, que mesmo com chuva, acreditou que o acampamento iria vingar estava em frente ao supermercado às 9h da manhã. Todos reunidos, compramos os apetrechos para passar dois dias acampados, e seguimos viagem.
Durante todo o percurso estávamos empolgados,fazendo planos para quando chegássemos, contando histórias e nos divertindo. Ficamos mais ou menos uma hora perdidos, tentando achar o camping, mas graças a uma força maior conseguimos achar o local, e já estava na hora do almoço. Mais do que depressa começamos a montar as barracas, eram três, estávamos em seis pessoas, cada dupla foi montar a sua, antes que o temporal que estava ameaçando cair não deixasse terminarmos o serviço.
Foi exatamente quando todos acabaram que a tempestade caiu, então saímos correndo para uma área coberta e lá ficamos até o tempo melhorar. Preparamos nosso almoço, que era pão, lingüiça e refrigerante. Para todas as refeições tínhamos o mesmo cardápio. O dia inteiro estava nublado. Ficamos conversando, bebendo, ouvindo música, jogando até o fim da tarde. Por volta das 17h30 o sol se abriu, e empolgadamente todos quiseram ir até a cachoeira. O caminho não era muito logo, porém era mata fechada, o que dificultava o nosso passeio.
Estávamos numa colina, e a cachoeira era em um vale, entre duas colinas. O chão estava encharcado, as árvores e pedras que tínhamos para nos escorar estavam escorregadias, e mesmo com esses obstáculos nós chegamos ao nosso destino. Entramos debaixo daquela água congelante, todo mundo junto, e ali eu senti que minha alma estava mesmo sendo lavada, que todas as coisas ruins estavam indo embora com aquela correnteza.
Depois desse momento decidimos achar a outra cachoeira que tinha no local, encontramos só que nessa não dava para entrar, pois chegamos pela parte de cima, e não tinha como pular porque era alto demais, tanto que havia vários equipamentos de rapel ali.
O cansaço foi se abatendo pela galera, e já estávamos loucos por água, afinal, havíamos levado uma Camelbak apenas com vodka e refrigerante, esquecemos de comprar água. No caminho de volta houve confusão na hora de decidir a direção a seguir, mas por fim chegamos a um consenso, e depois de uns 30 minutos de caminhada chegamos ao topo da colina, mortos. Olhamos para a frente, para um lado, para o outros e nada de acharmos nossas barracas. Quando de repente um amigo meu grita, olha meu carro lá atrás. Quando vimos a distância do nosso acampamento até onde estávamos todo mundo ficou desolado.
Sentamos na grama, relaxamos, ficamos curtindo aquela brisa de mato, fresquinha. Era 20h e já estávamos de banho tomado, todos enfiados dentro de uma só barraca por causa da chuva que caía, e por lá ficamos até de madrugada. Na manhã seguinte acordamos tarde, fizemos as ultimas lingüiças que restaram e nos apressamos para ir embora, porque o temporal prometia ser pior do que o do dia anterior.
E assim como terminamos de montar as barracas com chuva, ao desmontar, a cena se repetiu. Com medo que o temporal não passasse pegamos estrada, só por esse detalhe demoramos uma hora a mais para chegarmos em casa. No caminho quase atropelamos uma capivara que estava tranqüila a tomar seu banho de chuva no meio da estrada.
E esse foi um dos casos entre tantos outros que aconteceram nas minhas férias de verão, que sempre marcam.