terça-feira, 7 de abril de 2009

Histórias que temos de contar


Por Sarah Menezes


As férias acabaram tem algum tempo, mas recordando os momentos bons que tive nela, um eu faço questão de deixar registrado, o acampamento na chuva.
Era uma quinta-feira, e eu estava em um bar com meus amigos, o que é de costume durante todo o período de folga que nós temos, nos encontramos todos os dias para recompensar o tempo que passamos longe, pois todos estudam fora. Em meio a conversas e brincadeiras alguém sugere um acampamento para o final de semana, mais do que animados, todos já se organizam e combinam a viagem para o dia seguinte, a sexta-feira.
Quem realmente botou fé no combinado, e, que mesmo com chuva, acreditou que o acampamento iria vingar estava em frente ao supermercado às 9h da manhã. Todos reunidos, compramos os apetrechos para passar dois dias acampados, e seguimos viagem.
Durante todo o percurso estávamos empolgados,fazendo planos para quando chegássemos, contando histórias e nos divertindo. Ficamos mais ou menos uma hora perdidos, tentando achar o camping, mas graças a uma força maior conseguimos achar o local, e já estava na hora do almoço. Mais do que depressa começamos a montar as barracas, eram três, estávamos em seis pessoas, cada dupla foi montar a sua, antes que o temporal que estava ameaçando cair não deixasse terminarmos o serviço.
Foi exatamente quando todos acabaram que a tempestade caiu, então saímos correndo para uma área coberta e lá ficamos até o tempo melhorar. Preparamos nosso almoço, que era pão, lingüiça e refrigerante. Para todas as refeições tínhamos o mesmo cardápio. O dia inteiro estava nublado. Ficamos conversando, bebendo, ouvindo música, jogando até o fim da tarde. Por volta das 17h30 o sol se abriu, e empolgadamente todos quiseram ir até a cachoeira. O caminho não era muito logo, porém era mata fechada, o que dificultava o nosso passeio.
Estávamos numa colina, e a cachoeira era em um vale, entre duas colinas. O chão estava encharcado, as árvores e pedras que tínhamos para nos escorar estavam escorregadias, e mesmo com esses obstáculos nós chegamos ao nosso destino. Entramos debaixo daquela água congelante, todo mundo junto, e ali eu senti que minha alma estava mesmo sendo lavada, que todas as coisas ruins estavam indo embora com aquela correnteza.
Depois desse momento decidimos achar a outra cachoeira que tinha no local, encontramos só que nessa não dava para entrar, pois chegamos pela parte de cima, e não tinha como pular porque era alto demais, tanto que havia vários equipamentos de rapel ali.
O cansaço foi se abatendo pela galera, e já estávamos loucos por água, afinal, havíamos levado uma Camelbak apenas com vodka e refrigerante, esquecemos de comprar água. No caminho de volta houve confusão na hora de decidir a direção a seguir, mas por fim chegamos a um consenso, e depois de uns 30 minutos de caminhada chegamos ao topo da colina, mortos. Olhamos para a frente, para um lado, para o outros e nada de acharmos nossas barracas. Quando de repente um amigo meu grita, olha meu carro lá atrás. Quando vimos a distância do nosso acampamento até onde estávamos todo mundo ficou desolado.
Sentamos na grama, relaxamos, ficamos curtindo aquela brisa de mato, fresquinha. Era 20h e já estávamos de banho tomado, todos enfiados dentro de uma só barraca por causa da chuva que caía, e por lá ficamos até de madrugada. Na manhã seguinte acordamos tarde, fizemos as ultimas lingüiças que restaram e nos apressamos para ir embora, porque o temporal prometia ser pior do que o do dia anterior.
E assim como terminamos de montar as barracas com chuva, ao desmontar, a cena se repetiu. Com medo que o temporal não passasse pegamos estrada, só por esse detalhe demoramos uma hora a mais para chegarmos em casa. No caminho quase atropelamos uma capivara que estava tranqüila a tomar seu banho de chuva no meio da estrada.
E esse foi um dos casos entre tantos outros que aconteceram nas minhas férias de verão, que sempre marcam.