segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vida...Amor...Vida


Por Sarah Menezes

           Nada melhor do que não fazer nada, só para deitar e rolar com você! Esse era o desejo diário de Antônia. Todos os dias ao acordar e se aprontar para ir para a faculdade ela planejava como seria maravilhoso não ter todas aquelas aulas só para poder dormir e acordar com Felipe. Queria se demitir do estágio a tarde só para fazer planos de uma vida inteira com ele. Sonhava com o dia em que todas as noites seriam ao lado do amado, curtindo com ele, descansando com ele, matando o tempo, à toa, mas com ele.

Era tudo o que ela queria, porém os compromissos de cada um permitiam somente que se encontrassem aos domingos, e, ao mesmo tempo em que era o dia mais perfeito e esperado da semana, era o mais dolorido também. Sentia um aperto no coração só de imaginar a saudade que sentiria dele depois dos maravilhosos momentos que tinham. A falta que o cheiro e o calor de Felipe faziam para o corpo de Antônia era gigante. A hora da despedida era com choros, todas as vezes. Antônia vivia por Felipe.
A jovem mulher tinha de 22 anos, e estudava gastronomia. A profissão escolheu também pensando em seu amado, uma outra maneira de lhe agradar. Optou por gastronomia para seguir os conselhos da avó, mãe e tias, que sempre diziam que homem se segura é pelo estômago.
Antônia fazia contagem regressiva para que chegasse logo o início do próximo ano, quando já estaria formada, e com o dia do seu casamento bem próximo, 26 de janeiro.
Durante todo o decorrer do ano, que antecedia seu tão esperado sonho, ela se dedicava de corpo e alma aos preparativos do casamento. Juntava todo o dinheiro que ganhava no seu estágio, só abria exceção para gastá-lo quando era dia de presentear Felipe, ou para comprar alguma coisa que a deixasse mais linda para o namorado.
Na virada do ano viajou para a paria com o amado e a família dele. Foram em dois carros, pois era gente pra caramba. Céu, praia, mar, calor, amor. Vida nova e cheia de felicidade era o que Antônia pedia e esperava para o ano que estava chegando.
Cinco, quatro, três, dois, um. Um milhão de fogos de artifícios embelezaram o céu durante uns 5 minutos. Ainda mais apaixonado, Felipe pega Antônia no colo e sai correndo pela multidão, sequesrtando-a. Chegaram em um amontoado de pedras, com vários coqueiros ao fundo, embelezando ainda mais a paisagem. Felipe deita Antônia na areia, e ali eles tem a melhor noite de amor de toda a vida dos dois. Depois disso, a paixão e o amor consumia ainda mais o casal.
Na volta para casa Felipe trazia em seu carro a amada e sua irmãzinha mais nova, Natália, de 6 anos. Era noite, e Felipe se mantinha o mais atento que podia, enquanto Antônia e Nati dormiam. A 5km de sua cidade, o rapaz, de repente, enxerga uma pessoa pulando na frente de seu carro. No susto Felipe joga o carro para esquerda para desviar e bate com tudo na placa de sinalização.
Quando Antônia abre os olhos, vê Natália ao seu lado, gritando Nininha, para lhe acordar. Desesperadamente já começa a gritar por Felipe, sem saber exatmente o que tinha acontecido. Sem muitos ferimentos, e com nenhum grave, ela vai em busca do namorado. O encontra bem próximo ao carro, ainda vivo. Ela o segura junto ao peito, e ele diz a Antônia que para sempre a amaria, aqui ou em qualquer outro lugar, outro tempo, outra vida. E em seguida fecha os olhos e dá seu último suspiro.
Antônia chora incontrolavelmente, faz juras de amor eterno, acaricia e beija o amado mesmo sem vida. Natália chega bem pertinho, põe a mão na barriga de Antônia e lhe diz:
- Ele vai ficar com a gente Nininha. Vai dar para gente todo o amor que o Lipe daria.