Por Maria Gabriela Brito
-Aquele Tarado me paga! – pensou Luiza morrendo de raiva de Fernando, logo que ele a deixou em casa.
Ela havia ido ao cinema com ele pela primeira vez. Fernando escolheu um filme de terror de propósito, assim, quando ela se assustasse, ia cair em seus braços. No fim das contas, quem mais levou susto foi ele. Ela também se assustou, não com o filme, mas com aquelas mãos bobas (que ela tinha certeza que iam muito além de apenas duas!). Ele parecia mais uma centopéia do que um garoto de 14 anos.
Nunca mais se viram após o episódio. Fernanda nem pensava em ficar com ele de novo. Arrumou uns dois namoradinhos depois daquilo, e um terceiro pelo qual ela se apaixonou de verdade. Ele também estava apaixonado, e os caminhos não se cruzaram mais. Só que o destino é engraçado.
Dez anos após o incidente do cinema, duas pessoas completamente diferentes daquelas crianças voltaram a se encontrar, assim, bem por acaso. Já tinham vivido experiências boas e ruins. Amadurecido. Não foi amor à primeira vista, e nem à segunda, mas depois de muitos encontros, algo começava a balançar os dois.
Muita coisa havia mudado, mas outras continuaram iguais: Fernando ainda era uma centopéia, mas o que foi para Luiza um defeito aos 14 anos, passou a ser uma qualidade aos 24. E agora com uma diferença, ela estava apaixonada por ele.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)