sexta-feira, 16 de julho de 2010

Imprensa irritante


Por Sarah Menezes

Há mais de um mês não se vê assunto em maior evidência do que a morte de Eliza Samudio, ex-amante de Bruno Fernandes das Dores de Souza, ex-goleiro do Flamengo. Ok, tenho de concordar que foi um crime bárbaro, se os depoimentos colhidos forem totalmente verídicos. Mas existem milhares de crimes absurdamente maldosos acontecendo por aí, todos os dias, e nem por isso eles viram manchetes de jornais durante semanas.


Eu sei que o caso do Bruno se torna mais interessante pelo fato do criminoso ser uma pessoa pública. Mas isso não justifica a imprensa dar tanta relevância isso. Focar em um crime enquanto, no mês passado, dezenas de pessoas morreram, ficaram sem casa e família por causa de um desastre da natureza, deixar de lado as eleições que se aproximam, onde os jornalistas deveriam atuar de maneira informativa, para auxiliar a população a se interar sobre os candidatos. O Código Florestal está sendo modificando, possibilitando maior destruição de nossas florestas, retirando multas e amenizando as penas de quem um dia já cometeu algum crime ambiental. Quantos brasileiro sabem disso?

A imprensa está realmente interessada em trabalhar para o bem da sociedade? O que eu vejo são meios de comunicação obssecados por audiência, e, para estar em primeiro lugar, todos se utilizam de qualquer assunto polêmico para a população, sem se preocupar com o real dever do jornalismo. Sem se atentar em ajudar a sociedade a se tornar cada vez melhor.

Eu estou de saco cheio de ouvi falar do caso Bruno, assim como fiquei enfurecida na época do caso Ronaldo e seus travestis, do garoto João Hélio. E no final, alguém aí sabe me dizer como todas essas histórias acabaram? É tanto alvoroço e especulação, para no fim, ficarmos sem saber o desfecho.

Eu quero uma imprensa inteligente e comprometida com a sociedade. Aqui fica também o meu protesto, contra essa imprensa manipuladora e leviana em relação aos interesses da sociedade. Por isso optei por ser jornalista. O que se precisa é de gente honesta, comprometida e qualificada, para garantir o progresso.