Por Sarah Menezes
Escrever! Presumo que seja esse o meu destino por vários anos de minha vida, afinal escolhi o como profissão o Jornalismo.
Contar histórias e sucitar discussões, essa é a minha função através dos textos.
Mas como todo jornalista, não me contente em tão somente relatar os fatos, no ato de escrever gosto de explorar a imaginação, viajar por pensamentos e lugares, inventar histórias de amor, desilusão, esperança. Expôr minhas idéias também é algo que me interessa. Conseguir, através das letras, explicar o que idealizo é deslumbrante. Posso fazer isso da maneira que eu quiser, com as palavras que eu quiser e, se mesmo assim, as pessoas me entenderem, saberei que tenho habilidade com a escrita, ferramenta que surgiu desde os primórdios da humanidade e que até hoje é fundamental para a comunicação.
É... inventar, relatar, expôr. Sobre todas essas maneiras de escrever eu já consegui obter um certo domínio. Mas escrever sobre amor e todos esses sentimentalismos é complicado, pelo menos para mim.
Eu fico me perguntando como que Renato Russo, Arnaldo Jabour e todos esses escritores inspiradérrimos conseguem traduzir exatamente o que sentem. Será mesmo mesmo que conseguem? Bom, mas não é para levantar essa questão que estou escrevendo.
Se eu não consigo nem definir meus sentimentos, falar deles trona-se muito mais complicado. Mas uma coisa eu descobri: muito mais complicado do que escrever sobre sentimentos, é escrever sem sentí-los.
Se ele está dentro de você, uma hora ou outra você acaba encontrando uma maneira de tecer algumas linhas sobre, mesmo que complexamente. Mas se você não sente e nem nunca sentiu, aí as coisas complicam. Como falar de algo que não se sabe como é? Como definir? Através de conceitos que outros fizeram?
Cada um é diferente, e sente diferente. Definir sentimento me dá a impressão de limitá-lo, enquanto, na verdade, teria de ser ilimitado para ser sentindo por inteiro. Ou será que estou errada?
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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