Por Mônica Salmazo.
Era começo de namoro, tudo estaria perfeitamente bem, se não fosse a mania do “já volto” que o namorado insistia em ter.
-- “Vamos tomar um café?” ela perguntava.
-- “Claro, eu só vou fazer umas coisinhas e já volto”.
O dia acaba e ele não volta.
-- “Quem sabe poderíamos assistir um filme?”
-- “Ok, então eu já volto”.
E ela até pensava nele falando “já volto” quando ela urgia de tesão. Lá se ia ele, para não voltar até o dia seguinte. O sexo era bom, aliás, fantástico, ela costumava dizer para as amigas que tudo que entra duro, consegue se manter duro nele. Mas ela queria mais, e a mania do “já volto” a estava matando. Fazia planos para a noite dos sonhos, onde iria jantar em um restaurante qualquer, voltar para casa e então fazer amor a noite inteira. Amor não, sexo! Por que ela gostava era de sexo, amor era para casais apaixonados que tentam reprimir seus desejos. Mas tinha que dizer amor, afinal, se não dissesse todos iriam achar que ela era uma maníaca, e julgá-la como uma moça que nunca seria “de família”.
Em um desses dias, decidiu averiguar o que o namorado tanto fazia logo em seguida do “já volto”. Convidou-o para um almoço, e após alguns minutinhos o “já volto” surgiu. Pagou a conta e seguiu o namorado, andando na direção de apartamentos de estudantes, avistou-o entrando em um deles. Como não poderia entrar resolveu esperar do lado de fora.
Seus cabelos ruivos foram cobertos por uma peruca morena com franjinha, e os olhos verdes atrás do óculos escuro que havia comprado em uma dessas lojas baratas.
Após horas o namorado continuava lá, mas não poderia esperar mais, já estava atrasada para o trabalho, e resolveu deixar para surpreendê-lo outro dia.
Três dias se passaram, e ele não aparecia, uma semana e ela já estava ficando louca. Eis que surge o namorado, barba por fazer, calça jeans e camiseta (o que não era comum pois ela era acostumada aos ternos Armani dele) e cheirando a cigarros.
-- “Poxa César onde você se meteu? Estou te esperando para terminar de almoçar há mais uma semana, se eu estivesse comendo estaria batendo records mundiais até agora”.
Ele permaneceu calado, e como um leão pulou em cima da namorada e começou a tirar-lhe a roupa. Os lábios tão secos dela começaram a ficar vermelhos, a boca soltava ar cada vez mais quente, a sensação de sentir as mãos dele subindo por suas pernas até atingir lugares que a excitavam foram mais que o suficiente para pensar que dessa vez tudo iria dar certo. Em ritmo acelerado eles continuaram por três curtíssimas horas inesquecíveis de sexo e cigarros, curtíssimas por que ela estava necessitada depois de uma semana.
-- “Eu sou gay”.
Como se uma escola de samba estivesse entrando na avenida e multiplicado a sua bateria ela deu um pulo, arregalou os olhos. Não era possível que o melhor homem que já estivera dentro dela era gay.
-- “Você é gay?”.
-- “Sou, e decidi terminar nosso relacionamento por aqui”. Levantou, colocou as roupas surradas e saiu pela porta dizendo que no sábado teria uma festa e indicou o local, dizendo que estaria com o seu namorado e queria que ela o conhecesse.
No sábado lá estava ela, festa chique, todos bem vestidos e de classe alta. Drinks e mais drinks.
-- “Anabela, gostaria de lhe apresentar o meu namorado”.
-- “Quem??? ESSE é o seu namorado???”.
-- “É, eu sou o namorado dele, como você tá maninha?”.
Depois dessa noite Anabela decidiu não namorar mais, e passou a dizer para as amigas que tudo o que era duro, de repente, pareceu mole.
arraso neneim!
ResponderExcluirMmmmmm, que beleza de texto, meninas! E que beleza de blog! Adorei! Quero ler mais! Vocês já estão no meu bookmark. Acho que deveria se chamar "delícias literárias", uahuahuah. Avante!
ResponderExcluirNossa, amei o texto!!
ResponderExcluirParabéns...
Vi um comentário no Miojo,parei aqui para "xeretar" e adorei!
beijo
Obrigada!!
ResponderExcluirPassarei aqui mais vezes para ler os textos semanais, então! :)
Hahaha, engraçado o texto. Vou linkar no meu. Bjs
ResponderExcluiruisahidsuahdsaiuhdsaiuh!!! Que paiaaaaaaaaa!!! ow Monicat... este texto é a sua cara fia... sem papas na língua e cheio e teorias brutalmente reais.
ResponderExcluirSeis tão de parabéns!!!